“O poder público tem que assumir o caixa de arrecadação do sistema de transportes”, diz Elias Vaz

Além de defender que o poder público assuma o controle do transporte, que hoje é gerido por empresas, Elias Vaz fez duras críticas a gestão da saúde.

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Elias Vaz
Vaz foi vereador quatro vezes seguidas e em 2018 foi eleito deputado estadual. (Foto: Reprodução)

O Jornal Bandeirantes desta quarta-feira (30), entrevistou o deputado estadual Elias Vaz (PSB), candidato à prefeito de Goiânia nas Eleições 2020. Vaz foi vereador quatro vezes seguidas e em 2018 foi eleito deputado estadual. Entre as principais pautas discutidas durante a entrevista com o jornalista Altair Tavares, Vaz defendeu a melhoria do transporte coletivo e fez duras críticas à gestão atual da saúde.

Para ele, o transporte não pode ficar como está. O transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana, segundo Vaz, está órfão. “Ninguém quer assumir a responsabilidade, e se formos analisar o transporte público a nível mundial, onde ele funciona bem, é exatamente porque tem um gestor que tem o poder público forte”, argumenta.

Ainda sobre a responsabilidade em assumir a gestão do transporte, o ex-vereador cita e critica governantes anteriores. “Esse aspecto da omissão do poder público fica muito caracterizado no passado quando o ex-governador Marconi Perillo apresentou um projeto de lei na Assembleia para que o estado não fosse mais o presidente da Câmara Deliberativa de Transportes e na época o prefeito Paulo Garcia também discordava disso. Ninguém queria ser presidente do transporte”, relata.

Outro personagem e concorrente na atual campanha eleitoral para prefeito de Goiânia é citado por Vaz. “Estabeleceu-se um rodízio. Quando era para o Maguito Vilela assumir, porque ele era prefeito de Aparecida de Goiânia, a Câmara Deliberativa de Transportes ficou um ano sem presidente porque o Maguito se quer quis tomar posse”, conta. De acordo com Vaz, o transporte coletivo virou um “patinho feio”.

Assumir o caixa das empresas de transporte

O candidato ao Paço Municipal ressalta que o problema que deveria ser do estado tornou-se de empresa com cliente. Vaz defende que “todo lugar do mundo que o transporte público funciona bem, não é só a tarifa que paga o sistema o transporte”. Para ele, “é preciso criar instrumentos”.

“O poder público tem que assumir o caixa de arrecadação do sistema de transportes e passar a pagar as empresas através de quilometragem e não mais por passageiro”, pontua Vaz. “Controlar as viagens é muito fácil porque todo o sistema tem GPS, o complicado é fazer o controle do número de passageiros, (já que) quem tem esse controle são as empresas. Nossa posição é que o poder público tem que assumir isso”, projeta.

“Goiânia precisa ser modernizada”

O hoje deputado estadual Elias Vaz, foi vereador de Goiânia na gestão de Iris Rezende em dois mandatos. Ele afirma que a história de Iris merece muito respeito, mas ressalta que não voltará atrás nas críticas que fez, principalmente em relação a saúde. Sobre isso, o candidato fez duras críticas à atual secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué. “Essa secretária foi uma péssima escolha, fez uma péssima gestão e o prefeito insistiu com ela até o fim”, exclama.

“Nós demonstramos os vários equívocos que foram cometidos na comissão especial de inquérito. A saúde em Goiânia é muito ruim, o prefeito disse várias vezes: ‘essa secretária vai fazer a saúde ser a melhor do Brasil’. Cadê?”, critica o candidato. “Nós precisamos dar um passo adiante, Goiânia precisa ser modernizada”, em concordância com outros candidatos que já foram entrevistados pela bandeirantes nesta série, como Virmondes Cruvinel (Cidadania) e Adriana Accorsi (PT).

“Eu por exemplo, não vou deixar de terminar as obras que vão ficar sem terminar, porque isso é uma política mesquinha. Muitas vezes o próximo prefeito não quer terminar a obra porque quem começou foi o prefeito anterior”, pontua.

Barulho na campanha

Sobre a campanha, Vaz prometeu muito barulho, mas segundo ele, serão barulhos de ideias, reflexões e não de campanhas tradicionais. “Não é o barulho que candidaturas tradicionais gostam de fazer na campanha, como soltar foguete, tocar corneta e bater tambor”, diz. “Vamos fazer barulho de reflexões”, completa.

Perguntado sobre seu posicionamento político, Elias se assume de esquerda, mas lembra que é um crítico e opositor do que ocorrer de errado. “Eu tenho uma posição de esquerda, mas sou crítico em relação aos erros cometidos por vários setores da esquerda no Brasil”. Entre as críticas, o deputado fala sobre as atuais ações do governo federal, como o programa Renda Cidadã. “

É importante se ter uma renda mínima, mas não se pode tirar de quem precisa para outro que precisa. Tem vários mecanismos, podemos ter imposto sobre grandes fortunas, podemos taxar lucros e dividendos, coisas que só o Brasil e a Estônia não têm. Quem tem que contribuir é quem tem condições, não é tirar de crianças que necessitam dos recursos do Fundeb para atender a população mais pobre. Para mim fica seis por meia dúzia”, conclui o deputado.

Confira a entrevista completa com o deputado estadual Elias Vaz (PSB), candidato à prefeito de Goiânia nas Eleições 2020.


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