A Rádio Bandeirantes Goiânia dá sequência a série de entrevistas que vem fazendo com os candidatos ao Paço Municipal de Goiânia. Na última quinta-feira (30), o Jornal Bandeirantes entrevistou a candidata Manu Jacob que disputa o pleito pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Entre as principais discussões, a candidata defendeu a implantação de tarifa zero no transporte público e a criação de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).
De acordo com Manu Jacob, o projeto do PSOL coloca a educação como prioridade para a formação da sociedade de forma geral. “O nosso projeto é uma educação pública, gratuita e de qualidade. Uma educação voltada para classe trabalhadora é pensada também para a valorização do trabalhador, que envolve não só os professores mas os trabalhadores de administrativos, da área da limpeza, lanche, então todo esse projeto está relacionado na educação dos trabalhadores e trabalhadoras desta cidade”.
Manu Jacob é professora, licenciada em educação física pela UFG, especialista em educação física escolar e Mestre em educação básica pela UFG. Atualmente professora da rede estadual de ensino. Ela relata que o problema na educação começa ainda nos primeiros passos do estudante. De acordo com ela, o partido está empenhado em resolver o problema das vagas nos CMEIs. “A dez anos atrás eu passei por esse problema de ingressas em uma vaga, hoje minha filha vai fazer dez anos e passei pelos mesmos problemas que as mães passam até hoje”, sublinha.
A professora argumenta que todos os anos há um déficit que não é olhado com responsabilidade porque o planejamento feito com antecedência. “Fazer um estudo sistemático, de quantas vagas no CMEI nós precisamos para Goiânia, quais são as regiões que não tem CMEI, então é preciso que a gente enfrente isso com coragem”, diz Manu Jacob.
Contrato com as empresas do transporte público
Também consta no plano de governo da candidata, a revisão no contrato com as empresas que administram o transporte público de Goiânia e Região Metropolitana. Porém, para que isso ocorra de fato, é necessário pagar uma multa rescisória que chega na casa de R$ 1 bilhão. Segundo ela, é possível rever o contrato caso uma das partes não cumpra o que está estabelecido.
“Caso não haja cumprimento, abre precedente para rescisão sem multa já que uma das partes não está cumprindo o contrato”, argumenta. Segundo Manu, atualmente, as empresas de transporte coletivo “não cumprem o que está no contrato”. Ela lembra que a concessão das empresas vai até 2028, e o primeiro caminho é fazer com que as empresas cumpram o que está estabelecido. “Há número de frotas, número de segurança nos terminais, construção de pontos de ônibus. As empresas são economia 100%, não tem ponto de ônibus”, disse Manu.
“A gente na verdade quer inverter a lógica capitalista do transporte coletivo. Uma empresa particular visa o lucro, (mas) em um serviço que é colocado para sociedade tem que ter como prioridade visar o bem estar da população”, argumenta ela.
Tarifa zero para setores da sociedade
Além de rever o contrato de concessão com as empresas do transporte público, o plano de governo da candidata inclui instituir taxa zero na tarifa de ônibus para certos setores da sociedade (estudantes, idosos, pessoas com deficiência física e intelectual por exemplo). Para que isso aconteça, Manu diz que seria necessário municipalizar o transporte, o que faria com que a empresas recebessem por quilômetro rodado e não mais pela quantidade de passagens vendidas.
De acordo com ela, isso iria aumentar a frota de ônibus nas ruas e consequentemente diminuiria a superlotação no transporte. Entre os ajustes, estaria também a volta dos cobradores de ônibus. “É um acordo também com as empresas, vamos restituir os cobradores, porque isso gera emprego e renda para o município e tarifa zero para determinados setores”, explica.
Veja a entrevista completa com a candidata à prefeita de Goiânia Manu Jacob (PSOL), cedida ao jornalista Altair Tavares.
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