A secretaria municipal de Saúde, Fátima Mrué disse ao Jornal Bandeirantes desta sexta-feira (31), que o pico da pandemia pode ter passado em Goiânia. A análise foi feita com base nos dados da pandemia de Covid-19 nas últimas semanas. De acordo com a secretária, há uma estabilidade do número de mortes e registro de casos na capital.
“Quando a gente olha para o gráfico de notificações, vemos que a partir do dia 10 de julho até o dia 30, há uma estabilização no número de notificações, o que coincide também com esses outros indicadores,” afirma Mrué. “Isso nos traz uma indicativa de que talvez podemos ter chegado no pico, mas precisamos ainda de 10 à 15 dias para avaliar a sustentabilidade desse padrão”, completa.
É preciso ter cautela
De acordo com a secretária, os próximos dias poderão mostrar se de fato o número de casos e mortes apresenta queda. Além disso, é preciso ter cautela para que não haja relaxamento nos cuidados da população. “A sustentabilidade dos dados é mais fidedigna quando isso se mantém por 30 dias. Nós estamos com mais ou menos de 10 à 20 dias de curva semelhante, onde tínhamos por exemplo no dia 10, 11.718 casos e no dia 30 temos 12.500. Ou seja, os números estão muito próximos“, aponta.
Mrué compara que no 31 de maio, eram 3.125 casos de coronavírus agregados, um mês depois, no dia 30 de junho eram 9.295, o que representa 6.170 casos a mais registrados em um mês. Neste período, a curva de contaminação era inclinada de forma ascendente.
“Do dia 10 de julho para o dia 20 e dia 30, a curva tem se mostrado mais retificada. Isso nos dá a expectativa de que tenhamos atingido um platô” afirmou a secretária analisando que o pico da pandemia pode ter passado em Goiânia.
Volta do comércio colabora com o monitoramento
Implantada por meio de decreto municipal publicado no dia 30 de junho, a quarentena intermitente estabelece 14 dias de abertura do comércio seguida por mais 14 dias de fechamento do comércio não essencial. A intenção do governo era aumentar a taxa de isolamento social para que não houvesse um maior número de contaminações, o que poderia acarretar em um colapso na rede estadual e municipal de saúde. Entretanto, de acordo com a secretária, “não houve grande diferença na taxa de isolamento social” neste período.
“Mesmo no período aberto, a mudança na taxa de isolamento social foi no máximo de dois pontos, ou seja, estatisticamente isso não tem muita significância e comprova que as pessoas realmente já estavam na rua”, fala a secretária. A quarentena intermitente foi interrompida no último dia 27 de julho, quando começaria a segunda fase de isolamento.
Mrué explica que outro fator também auxilia no controle da doença. Segundo ela, o estabelecimento que está funcionando “tem que seguir os critérios”. Em decorrência da avaliação de locais estratégicos, como região da 44, Campinas e alguns shoppings, foi observado que apenas um deles apresenta o quadro mais complexo que é a região da 44.
“Não dentro das lojas, mas no espaço público existe ainda um aglomerado. Mas nos outros locais como Campinas e shoppings, estamos observando que a grande maioria tem guardado o distanciamento e utilizado as máscaras”, analisa a secretaria.
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