O decreto estadual, publicado na última segunda-feira (29), que sugere quarentena alternada 14 por 14, e adotado pelo prefeito Iris Rezende (MDB), em Goiânia, tem gerado discussões por parte do setor empresarial. O Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, criticou a decisão em entrevista ao Jornal Bandeirantes na última terça-feira (30), acusou Caiado de “tirar a responsabilidade dele” e foi duro ao afirmar que “as mortes são dele (Caiado), ele é responsável”.
Por outro lado, o Secretário de Governadoria Geral do Governo de Goiás, Adriano Rocha Lima, defendeu a posição de Ronaldo Caiado (DEM) e respondeu Mabel. “O que não dá é ver um representante da federação da indústria, de segunda categoria, que na realidade não vejo ele como realmente legítimo representante de toda classe”, disse também em entrevista ao Jornal Bandeirantes nesta quarta-feira (1º).
Sandro Mabel criticou o governador Ronaldo Caiado e o acusou de “não escutar as pessoas”. De acordo com Mabel, durante a reunião por videoconferência ocorrida na última segunda-feira (29), o presidente da Fieg pediu para falar algumas vezes, mas foi ignorado.
Ainda de acordo com Mabel, o dinheiro enviado ao estado foi mal investido, e que mais equipamentos deveriam ter sido comprados, assim como mais hospitais de campanha deveriam ser construídos. “Agora ele quer fechar, fazer esse isolamento porque vai morrer não sei quantos, vai morrer porque ele não tomou providência. Ele é responsável de ter recebido o dinheiro e não ter tomado as providências”, criticou.
Resposta
Na manhã desta quarta-feira (1º), Adriano Rocha Lima, Secretário de Governadoria Geral do Governo de Goiás, rebateu as críticas. “Diversos empresários são contra o posicionamento dele, porque ele usa a entidade não só para propagar algumas coisas relativas a indústria, mas também para defender interesses”, disse Adriano.
Um dos pontos levantados por Mabel, foi em relação ao uso de hidroxicloroquina no combate a Covid-19. Segundo ele, Caiado não realizou o tratamento precoce como foi orientado pelo Ministério da Saúde. “Tem comprado mais de um milhão de comprimidos da hidroxicloroquina estocado, e por que não sai? Por que foi ele quem colocou o Mandeta lá (Ministério da Saúde) e não quer assumir que o Mandeta está errado”, disse Mabel.
Em relação a isso, o secretário Adriano Rocha Lima, rebateu e citou que não há comprovação científica sobre a eficácia do medicamento. “Não sou médico, não vou dizer se tem ou não que tomar, mas se a Organização Mundial de Saúde e representantes renomados da área cientifica não atestam que esse é um procedimento a ser adotado, como que um governo vai adotar uma recomendação diferente”, exclamou.
Decreto
O novo decreto estabelece que as atividades consideradas não essenciais, devem ser fechadas por 14 dias e posteriormente reabrir por mais 14 dias. O artigo segundo, determina o fechamento de empresas que atuam na comercialização de bens e serviços pelo período citado.
“Para o enfrentamento da emergência em saúde decorrente do coronavírus, adota-se o sistema de revezamento das atividades econômicas organizadas para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, iniciando-se com 14 (quatorze) dias de suspensão seguidos quatorze) dias de funcionamento, sucessivamente”, diz o decreto.
Ouça as entrevista completa com o Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, realizada na terça-feira (30).
Ouça as entrevista completa com o Secretário de Governadoria Geral do Governo de Goiás, Adriano Rocha Lima, realizada nesta quarta-feira (1°).
Leia mais: Caiado inaugura 5º Hospital de Campanha em Goiás na cidade de Itumbiara