Mesmo com recuo da inflação, incertezas econômicas levaram o Copom a surpreender o mercado e aumentar os juros básicos pela sétima vez consecutiva
O Banco Central subiu novamente a taxa Selic, que passou de 14,75% para 15% ao ano após decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (18). Esta foi a sétima elevação consecutiva dos juros básicos da economia, em um movimento que surpreendeu parte do mercado financeiro, que esperava manutenção da taxa. Com isso, a Selic atinge o maior patamar desde julho de 2006.
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Apesar da desaceleração da inflação oficial — que ficou em 0,26% em maio — o Copom justificou a alta pelas incertezas ainda presentes no cenário econômico. Em comunicado, o Banco Central sinalizou que pretende manter a taxa em 15% nas próximas reuniões, mas não descartou novas elevações caso os índices de preços voltem a subir. O comitê afirmou que continuará vigilante e poderá retomar o ciclo de alta se julgar necessário.

IPCA
O IPCA acumula alta de 5,32% em 12 meses, acima do teto da meta contínua de inflação, que é de 4,5%. A projeção do Banco Central para o índice em 2025 subiu para 4,9%, com estimativa de 3,6% para 2026. Já o boletim Focus, com previsões do mercado, aponta inflação de 5,25% este ano. No modelo contínuo de metas em vigor, a inflação é acompanhada mês a mês, o que aumenta a pressão sobre a política monetária.
Impactos
O aumento da Selic encarece o crédito e desestimula o consumo, ajudando a conter a inflação, mas também freia o crescimento econômico. O próprio Banco Central reduziu sua projeção de crescimento do PIB para 2025 para 1,9%, enquanto o mercado espera uma alta de 2,2%.