A greve dos motoristas do Eixo Anhanguera iniciada na madrugada desta sexta-feira (09), que reivindica a aplicação da vacina contra a Covid-19 para os trabalhadores do transporte coletivo, afetou cerca de 40 mil pessoas que utilizam o serviço diariamente. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET), isso representa 20% dos usuários que transitam pelo transporte coletivo da Grande Goiânia atualmente.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia, Carlos Alberto dos Santos, diretor financeiro do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), revelou que as outras linhas não foram afetadas porque nas demais garagens (HP, Reunidas e Araguaia), “os trabalhadores sofreram promessas de demissão”, caso aderissem a greve. Por conta disso, segundo ele, somente o Eixo paralisou as atividades.
O Sindicato das Empresas (SET), informou por meio de nota, que é “totalmente contrário à paralisação desta manhã na RMTC provocada por manifestação do Sindicoletivo”, diz o texto. “A paralisação do serviço não é a solução, pelo contrário, trata-se de uma ação ruim para toda a população na região metropolitana de Goiânia. É uma irresponsabilidade o que está sendo feito pelo sindicato dos trabalhadores neste momento do ponto mais crítico da pandemia”, posiciona o vice-presidente do SET, Alessandro Moura.
Ainda segundo Alessandro Moura, os setores de saúde e alimentação, que correspondem a 55% de todos clientes que fizeram o cadastro no Embarque Prioritário estão sendo os mais prejudicados com essa greve. De acordo com ele, a ação é “totalmente política, uma vez que apenas a Metrobus paralisou as atividades, liderados por colegas de empresa membros do Sindicoletivo”, afirmou.
Reivindicações
A frente grevista afirma que mais de 300 trabalhadores do sistema foram contaminados pela Covid-19 e, destes, 26 foram a óbito. Além disso, 16 outros estão internados. “Se quase 10% de todos os contaminados estão mortos, o número é muito alto”, disse Carlos Alberto. Segundo ele, “nunca houve” uma ação do SET que tenha melhorado as condições de trabalho. “O uniforme do motorista é muito ruim, quente, o material é muito ruim. As salas de alimentação nos terminais são muito ruins, muito quentes, não fica ninguém dentro depois do meio dia”, reclamou ele.
O Sindicoletivo esperou uma adesão maior, segundo Carlos. Também foi esperado um representante da Metrobus e/ou da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Ainda segundo o sindicato, caso não recebem atenção, é possível prorrogar a greve por mais tempo, inclusive com adesão de outros profissionais.
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