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sexta-feira, 22, novembro 2024
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“Todo rendimento foi investido na Afipe” afirma advogado da Associação

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Durante entrevista coletiva no fim da tarde desta sexta-feira, o advogado da Associação Filhos do Pai Eterno, Klaus Marques, garantiu que os imóveis que foram comprados com recursos da Associação estão legalizados e pertencem a Associação. Segundo ele, a aquisição de fazenda e casas foi à forma encontrada pelo presidente e fundador da Afipe, Padre Robson Oliveira para investir o dinheiro.

Questionado sobre as “Afipes” que segundo o MP-GO foram criadas para o desvio de dinheiro doado por fiéis, o advogado disse que não existe outras empresas, apenas uma Afipe e diversas filiais. “Entre os objetivos da Afipe está a evangelização e para que possamos chegar a isso, precisávamos de investimentos. E esses investimentos nunca foram exclusivamente por meios bancários. Muitos foram por meio de atividades. Então quando a Afipe adquiria uma fazenda para criar gado por exemplo, e tirar lucro para manter suas atividades, o que é licito, ela tinha que abrir um CNPJ, uma filial. Cada negócio era um CNPJ diferente”, afirma o advogado.

O advogado também negou que o dinheiro beneficiava o Padre Robson Oliveira, como investiga o Ministério Público. “Nunca foi para uma pessoa física. Todos os negócios estão contabilizados e já são de conhecimento do MP”.

Outro ponto abordado foi à rede de postos de combustíveis que segundo o Ministério Público foi adquirida também com dinheiro da Associação. Segundo Klaus, quando a Afipe foi comprar a TV Pai Eterno, pagou parte da emissora com imóveis e os ex-donos da TV acabaram comprando os postos de combustíveis e pagaram com os imóveis. Dessa forma, segundo ele, os postos são dos ex-donos da TV Pai Eterno.

A denúncia do MP

De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o dinheiro arrecadado de fiéis para entidades ligadas a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), presidida pelo padre Robson de Oliveira, foi usado para compra de imóveis e fazendas em diversas localidades.

Durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (21), o promotor Sebastião Marcos Martins relatou que a partir da análise de documentos, o MP deparou-se com uma “grande teia de transações financeiras com valores altíssimos, inúmeras propriedades e transferências que mereciam uma análise mais apurada”, disse.

Dentre as possíveis aquisições, estão “fazendas em todo o Brasil, residências em condomínios fechados e apartamentos em Goiânia e São Paulo” segundo aponta o MP. Além disso, o promotor também relata que a Afipe se tornou “uma grande empresa”. “Ela tem o argumento religioso, mas se converteu em uma grande empresa no estado de Goiás que explora inúmeras atividades, como agropecuária e mineração”, revela.

Há também a suspeita na compra de uma casa na praia, no estado da Bahia, utilizando-se do dinheiro de doações de fiéis destinados à igreja. Sobre esse caso em específico, o promotor apenas relatou que o Ministério Público está investigando.

Valores em conta

O Ministério Público informou que o total das transações financeiras realizadas pela Afipe está em cerca de R$ 1,7 bilhão, porém, esse não é o valor de um eventual desvio. “O valor do desvio que iremos tentar localizar não é o valor total. Temos inúmeras transações suspeitas, e são essas que vamos tentar esclarecer”, afirma Martins.

Até o momento, foram cerca de 60 milhões em bens apreendidos e bloqueados pela justiça, em decorrência da Operação Vendilhões. Na decisão judicial expedida pela juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, consta que nos últimos três anos, “integrantes do grupo atual de pessoas e empresas que orbitam em torno das AFIPE’S, receberam pagamentos que superaram o montante de R$120.000.000,00 (cento e vinte milhões de reais).

Em nota, a Arquidiocese disse que “está atenta ao trabalho do Ministério Público, espera que tudo seja apurado o mais breve possível e se coloca à disposição para colaborar com a Justiça”. A operação segue em extremo sigilo.

O caso

Na manhã desta sexta-feira (21), o Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou a Operação Vendilhões. De acordo com o órgão, a investigação visa apurar crimes, em tese, praticados pelos diretores das Associações identificadas como AFIPE (Associação Filhos do Pai Eterno, Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e Associação Pai Eterno e Perpétuo Socorro).

Entre os crimes apurados até o momento, estão os de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal. Além de mandados cumpridos na sede da Associação, localizada na Avenida 24 de Outubro, no Setor Aeroviário, em Goiânia, também foram cumpridos mandados na casa do Padre Robson de Oliveira, reitor do Santuário da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade.

Texto: Danila Bernardes e Matheus Oliveira

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