O prefeito de Mongaguá, Márcio Melo Gomes (Republicanos), chorou durante uma transmissão ao vivo, nesta terça-feira, 30, enquanto lembrava a morte de seu pai e irmão — que ocorreram na mesma semana, por complicações do novo coronavírus. Na live, Márcio Gomes afirmou que preferia que seus familiares, comerciantes, tivessem falido devido às medidas de restrição do que perdido suas vidas para a Covid-19. “Jamais quisemos quebrar o comércio, minha família inteira é composta por comerciantes. Trabalho com isso desde os 9 anos, meu pai e meu irmão eram comerciantes. Hoje, como eu queria sair dessa live e ouvir meu pai e irmão dizendo: ‘Meu comércio quebrou’. Mas não vou escutar isso porque, infelizmente, eles perderam suas vidas para a doença. Minha família já quebrou antes e, tendo a vida, conseguimos dar a volta por cima. Não existe nada mais precioso do que suas vidas e as de quem vocês amam”, disse ao final da transmissão realizada para alertar a população sobre o avanço do coronavírus na cidade.
O prefeito definiu o desabafo como uma resposta às críticas, feitas pelas redes sociais, às regras de restrição em vigor. “Durante um ano, fiz tudo o que pude para conciliar a saúde e a economia, para proteger o cidadão de Mongaguá e garantir que o comércio continuasse a sobreviver, vocês podem dizer que eu fiz o máximo que pude.” O pai do prefeito, Givaldo Alves Gomes, de 64 anos, estava internado no Hospital Regional Jorge Rossmann, em Itanhaém, e morreu em 22 de abril com cerca de 80% dos pulmões comprometidos. Já seu irmão, Givaldo Melo Gomes Junior, testou positivo para a doença durante a internação do pai, apresentou piora no quadro e faleceu na madrugada de domingo, 28, aos 33 anos de idade. Para conter a disseminação do vírus e evitar a ida de turistas para o litoral paulista.