O presidente do conselho de Educação de Goiás (CEE-GO), Flávio de Castro, afirmou em entrevista ao Jornal Bandeirantes desta quinta-feira (29) que, muitas escolas já sinalizaram que não tem condições de cumprir todos os protocolos estabelecidos para o retorno das aulas presenciais no estado. A liberação para o retorno das aulas foi expedido pelo Centro de Operações de Emergência (COE) nesta quarta-feira (28).
Em agosto, o COE estadual delimitou duas principais metas para que as aulas presenciais fossem retomadas. Ficou definido que, quando por quatro semanas consecutivas o índice de mortalidade diminuísse 15% e a ocupação dos leitos de UTI ficassem a baixo dos 75%, as aulas seriam retomadas. De acordo com Flávio, esse índice foi atingido, mas as escolas devem cumprir protocolos rígidos.
“O diretor das escolas que tem condições de atender aos protocolos de saúde vão ter que assinar um termo que tem ciência e que se compromete a cumprir o protocolo”, revelou o presidente. O protocolo tem 67 páginas e contém uma série de normas que foram sendo estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) até o mês de setembro.
O ensino remoto está autorizado pelo governo estadual até o final do ano letivo que, vai até o dia 19 de dezembro. “A gente já sabe que muitas das escolas não vão voltar”, revelou Flávio. De acordo com ele, principalmente as escolas da rede municipal e estadual já sinalizaram que não tem condições, porém, escolas particulares já informaram que “estão prontas e tem condições de cumprir o protocolo”, afirmou.
A liberação é parcial e tem outras dificuldades
As escolas que decidirem reabrir deverão oferecer duas modalidades de ensino: presencial e virtual. Além disso, apenas 30% das salas de aula poderão ser ocupadas, seguindo os protocolos de segurança estabelecidos pela SES. Outro detalhe é que existe a possibilidade de serem chamados para as aulas presenciais somente os alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio que vão passar pela avaliação do Enem.
“Isso vai demandar dos órgãos de controle uma normatização. Não é simples, é complexo, é uma série de situações que vão surgir. Quantos alunos podem ficar na sala, no online? Como vai ser esse revezamento? De que forma serão as avaliações? Como serão feitas as avaliações? É algo que nos preocupa muito”, revelou Flávio de Castro.
Confira a entrevista completa com Flávio de Castro, presidente do Conselho Regional de Educação e do Sindicato das Instituições de Ensino Particulares de Goiânia:
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