Com a intensificação do tempo seco e o aumento das queimadas no Cerrado, cresce o risco de contato da população com animais peçonhentos em Goiás. De janeiro a julho de 2025, o Hospital Estadual de Formosa (HEF), unidade do Governo de Goiás, registrou 293 atendimentos relacionados a esses acidentes. Em todo o estado, já são 7.648 casos contabilizados neste ano.
No levantamento do HEF, 237 ocorrências envolveram escorpiões, 22 serpentes, 7 aranhas, 12 abelhas e 15 outros animais, como lagartas e lacraias. Os números refletem a diversidade da fauna local e o risco elevado durante o período de estiagem.
Segundo a enfermeira Karolina Reis Ornelas, coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), as queimadas aumentam a vulnerabilidade. “Com a destruição do habitat, esses animais acabam migrando para áreas semiurbanas, o que amplia as chances de contato com a população”, explica.
Prevenção
A especialista orienta cuidados simples, como:
- usar calçados fechados e luvas ao trabalhar em áreas de vegetação, depósitos ou roçados;
- evitar mexer em entulhos, pilhas de madeira ou folhas secas sem proteção;
- manter quintais limpos e o mato aparado;
- vedar frestas em portas, janelas e paredes;
- verificar roupas, calçados e toalhas antes de usar.
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O que fazer em caso de acidente
Em caso de picada, a recomendação é manter a calma, imobilizar o membro afetado e mantê-lo abaixo do nível do coração. O SUS disponibiliza gratuitamente o soro antiofídico, considerado o tratamento mais eficaz para acidentes com serpentes. Ele deve ser aplicado o mais rápido possível.
A observação do animal — sem tentativa de captura — pode auxiliar na identificação e no tratamento. Evite procedimentos caseiros, como torniquetes, cortes, sucção do veneno ou aplicação de substâncias.
O médico Wanderson de Almeida, coordenador do Pronto-Socorro do HEF, reforça a importância da tranquilidade. “Sabemos que o pânico é comum, mas manter a calma é uma das atitudes mais importantes. Quanto mais cedo o soro for administrado, maiores são as chances de evitar complicações graves”, afirma.
Em qualquer suspeita, a orientação é procurar atendimento médico imediato. A população pode ainda entrar em contato com o CIATox Goiás pelo telefone 0800 646 4350 para orientações emergenciais.