Após o embargo imposto pela China à carne bovina do Brasil, pecuaristas americanos estão pressionando o governo a suspender as importações de carne in natura brasileira para os Estados Unidos. A alegação é a mesma usada pelos chineses: a identificação de dois casos do mal da vaca louca no país.
Os casos, porém, são isolados, resultantes de uma mutação genética. Mesmo após o ocorrido, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) manteve o status do Brasil de país “com risco insignificante” para a doença.
Em carta enviada ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), associação que reúne os criadores de gado nos EUA, alega que o Brasil demorou mais de oito semanas para comunicar a OIE e que a exigência da organização seria de 24 horas.
A NCBA pede que a compra da carne brasileira seja paralisada até que se conduza uma avaliação de risco completa e uma revisão dos processos que o Ministério da Agricultura do Brasil usa para detectar doenças e outras ameaças aos consumidores.
Também solicita que órgão governamental americano revise o sistema de laboratórios de diagnóstico veterinário do Brasil. A carta foi enviada ao governo dos EUA na semana passada.
“É hora de manter a carne in natura brasileira fora deste país até que o USDA possa confirmar que o Brasil atende aos mesmos padrões de consumo e segurança alimentar que aplicamos a todos os nossos parceiros comerciais”, disse o vice-presidente de assuntos governamentais da NCBA, Ethan Lane.