A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se reuniu com os presidentes das federações estaduais sugerindo a volta dos campeonatos locais em 17 de maio (domingo). Mas apesar da sugestão da entidade máxima do futebol brasileiro, a Federação Goiana de Futebol (FGF) tem um posicionamento diferente sobre a o retorno do Goianão nesse momento. O presidente André Pitta considera prematura uma volta nesse momento e fez questão de enfatizar que, se tivesse finalizada a primeira fase com os dois jogos faltantes, o problema hoje seria menor.
Confira a entrevista completa do jornalista Bruno Daniel, das Feras do Esporte, com o presidente da FGF André Pitta:
A CBF sugeriu o retorno dos estaduais em 17 de maio. O Goianão pode mesmo voltar nessa data?
Pitta: Tivemos uma reunião com a CBF avaliando a possibilidade do retorno dos estaduais. A CBF colocou que cada federação pode avaliar com as suas autoridades de saúde a possibilidade da volta. Sabemos o quanto isso é difícil em virtude dos clubes terem que remontar suas equipes. Mesmo jogando com portões fechados e dificuldades de patrocínios, vamos começar a fazer uma análise, mesmo achando que é quase impossível um retorno nesse momento. Mas vamos fazer uma reunião com os clubes para traçar uma estratégia pro futuro.
Como será a comunicação com as autoridades para a volta do futebol?
Pitta: É fundamental que estejamos alinhados com eles para que a gente consiga ter uma maior segurança em um possível retorno do futebol, por que não podemos reiniciar um campeonato ou iniciar um novo campeonato correndo riscos de não conseguir concluir e ter que paralisar novamente. Vamos estar diariamente em contato para fazer as avaliações necessárias para o retorno do futebol no estado de Goiás.
Se a CBF definiu esse momento para retorno dos estaduais, significa que não haverá outro espaço no calendário?
Pitta: Penso que a CBF está abrindo esse espaço para os estaduais por que o Brasileirão é praticamente impossível acontecer. Haveria deslocamentos de um estado pro outro e a malha aérea está bastante reduzida. Então seria praticamente inviável. E ela (a CBF) abre a possibilidade de voltar os estaduais nesse momento, já que dificilmente teremos datas lá na frente. Afinal, não sabemos quando brasileiro começa e até quando terá que ser estendido para que consiga finalizar o campeonato.
Para o Goianão continuar, você vai adotar bom senso quanto aos clubes e só retornar caso tenha um comum acordo de todos? Ou está definido que o campeonato vai voltar, mesmo que todos os clubes não concordem?
Pitta: A retomada do Campeonato Goiano passará por uma avaliação em todos os clubes. Não adianta tomar uma decisão, enfiar goela a baixo e tentar voltar a todo custo. Temos que saber a realidade dos clubes que têm muita dificuldade financeira. Sabemos que o retorno do campeonato será de portões fechados e isso trará, sem dúvida nenhuma, uma dificuldade muito grande. Isso temos que conversar com todos, além das autoridades de saúde, para que a gente possa fazer uma avaliação mais efetiva. Mas acho que a chance é bem reduzida de qualquer retorno do futebol goiano nesse momento.
Caso não tenha volta do campeonato, o resultado do Goianão 2020 será nulo?
Pitta: Não há o que se falar ainda em relação a isso. Terá que ser feito também levando em consideração as avaliações da CBF, até por que isso influencia diretamente nas vagas da Copa do Brasil e Série D. É uma questão que será avaliada no futuro. Várias federações terão esse problema de não ter os campeonatos concluídos. Seria importante ter uma decisão tomada para vários estados de uma vez, até para que cada um não invente uma alternativa e que todos falem a mesma língua.
Alguma possibilidade de haver patrocínio ou subsídio para que os clubes do interior voltem às atividades?
Pitta: Patrocínio nesse momento é praticamente impossível. As empresas vivem um momento muito difícil e a economia do país também. Por isso, penso que o retorno do Campeonato Goiano agora é muito difícil. Não teríamos, como falei, público no estádio. E também não teríamos patrocínio. É uma conta cara. E os clubes que dependem do poder público? As prefeituras estão passando por um momento muito difícil. Então é bastante preocupante, inclusive pensando em 2021. Vamos passar por uma recessão muito grande e vai ser um campeonato com muita dificuldade financeira. Sobrecarregar agora pode ficar pior ainda”
Com tudo que está acontecendo no Brasil e de acordo com o crescimento da Covid-19, a decisão para uma retomada do futebol seria prematura?
Pitta: É óbvio. Acho muito prematuro um retorno agora. Apesar do estado de Goiás estar fazendo um bom trabalho na contenção, a evolução e chance de contaminação agora é muito maior que no momento que paramos. A coisa se agravou e estamos falando em retomar o campeonato. Lembro que quando insisti que terminássemos as duas rodadas que faltavam, choveu uma enxurrada de críticas e muita gente ficou contra. E era um momento muito melhor que agora. Hoje temos um número crescente, muitas contaminações e mortes no Brasil inteiro. Então o cenário de hoje é muito pior que o daquele momento. Temos que ter cautela, afinal não adianta voltar por voltar.
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