Nesta terça-feira, 24, o Comitê Olímpico Internacional, os organizadores dos jogos de Tóquio e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe cederam às pressões e decidiram adiar a Olimpíada, que seria realizada no dia 24 de julho. A nova data para o maior evento esportivo não foi divulgada, mas de acordo com o Comitê Organizador solicitou que não ultrapasse o período de um ano, desta forma, as olimpíadas tem que acontecer até o mês de julho de 2021. Abe entrou em contato, por telefone, com o presidente do COI, Thomas Bach, e solicitou a mudança de calendário por causa do coronavírus (Covid-19).
“O Japão, como país anfitrião, diante das circunstâncias atuais, propôs que (o COI) estude se pode adiar por um ano para que os atletas possam ter as melhores condições. Bach me respondeu que está de acordo em 100%”, afirmou Abe aos jornalistas. “Assim chegamos ao acordo de realizar os Jogos em Tóquio até o verão de 2021.”
Esta foi uma decisão sem precedentes, pois é a primeira vez em 124 anos de história das Olimpíadas que a competição é adiada, embora a maior festa do esporte mundial já tenha sido cancelada algumas vezes durante as duas Guerras Mundiais do século 20.
No jogos olímpicos 2020, a previsão era de que 11 mil atletas, de pelo menos 204 países, disputassem os jogos, distribuídos em 33 esportes. Se não bastasse esse número de atletas, o Comitê Organizador do Japão e o COI tinha uma expectativa que as provas do grande evento esportivo recebesse até cinco milhões de torcedores de todo o mundo, nos 43 locais de disputa.
Desde o agravamento da pandemia do coronavírus ao redor do mundo, entidades e atletas vinham apelando e pressionando para que o COI transferisse os Jogos. O nadador brasileiro Bruno Fratus foi uma dessas vozes a engrossar o coro pelo adiamento. A campanha ganhou mais força ainda na noite de segunda-feira, quando os Comitês Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos, maior potência mundial esportiva, se juntaram às demais entidades no apelo para que a Olimpíada não fosse realizada em sua data original.
No fim de semana, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) publicou uma nota defendendo a escolha de uma nova data. “Como judoca e ex-técnico da modalidade, aprendi que o sonho de todo atleta é disputar uma Olimpíada em suas melhores condições. Está claro que, neste momento, manter os Jogos para este ano impedirá que este sonho seja realizado em sua plenitude”, dizia Paulo Wanderley, presidente do COB, no comunicado.