O Outubro Rosa é um movimento mundial que destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. No Brasil, a doença é a segunda mais comum entre mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 66 mil novos casos anuais no país.
Apesar da gravidade, há uma notícia positiva: quando diagnosticado em fase inicial, o câncer de mama apresenta chances de cura superiores a 95%, reforçando a necessidade de acompanhamento médico regular e realização de exames preventivos.
Prevenção, diagnóstico e fatores de risco
Em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia, o cirurgião plástico Pablo Rassi explicou formas de prevenção, diagnóstico e tratamento, destacando também a importância do apoio emocional e familiar durante todo o processo.
“O câncer de mama tem cura, principalmente quando diagnosticado precocemente. Não tenha medo de buscar o diagnóstico — quanto antes ele for feito, maiores são as chances de cura. Prevenir é se cuidar: alimentação saudável, atividade física, evitar cigarro e substâncias cancerígenas fazem diferença”, afirmou o médico.
Entre os principais fatores de risco estão histórico familiar da doença, idade acima de 50 anos, consumo excessivo de álcool, tabagismo, obesidade e sedentarismo. Mesmo assim, cerca de 30% dos casos podem ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
Rassi reforçou ainda a relevância do autoexame, mas ressaltou que exames de imagem, como mamografia, ultrassom e ressonância, são fundamentais para o diagnóstico precoce. A recomendação é que mulheres iniciem a mamografia aos 45 anos, ou antes caso haja histórico familiar.
O cirurgião também alertou sobre o câncer de mama em homens: “Embora seja mais raro, também pode ocorrer. Fique atento a nódulos, secreção pelo mamilo, vermelhidão ou alterações na pele da região.”
Mutirão de reconstrução mamária
O Hospital Araújo Jorge realiza há 10 anos um mutirão de reconstrução mamária, sempre em 24 de outubro, como parte do Outubro Rosa. Rassi explicou:
“A equipe realiza diversos tipos de reconstrução, desde cirurgias tardias, para pacientes que não passaram pela reconstrução imediata, até aperfeiçoamentos como enxertia de gordura ou retirada de pele. Muitas vezes são necessárias várias etapas para chegar o mais próximo de uma mama normal.”
O mutirão envolve residentes, cirurgiões plásticos formados, anestesistas e equipe de enfermagem, garantindo acompanhamento contínuo, inclusive para pacientes que participam do programa por anos consecutivos.
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Impacto emocional
O médico destacou a importância da cirurgia para a autoestima da paciente:
“A mama é uma parte muito importante da feminilidade. Ser submetida à retirada parcial ou total afeta emocionalmente a mulher. A reconstrução devolve segurança, permitindo que ela vista roupas normalmente, use biquíni ou decotes, trazendo grande ganho na autoestima.”
Ele ainda detalhou as técnicas: algumas utilizam implantes ou expansores, mais comuns em reconstruções imediatas, enquanto outras usam retalhos do próprio corpo, como do abdômen ou das costas, às vezes combinados com próteses, dependendo do histórico de radioterapia.
Apoio familiar e mensagem final
Rassi reforçou o papel da família no tratamento:
“Estar junto, levar, buscar e cuidar da paciente faz com que ela se sinta amada e segura, inclusive para tranquilizar os filhos. Esse suporte emocional contribui diretamente para a evolução da paciente.”
E concluiu com um recado de conscientização:
“Perder a mama não significa perder a vida. Temos cirurgias que podem reparar e devolver a autoestima. O mais importante é se cuidar, buscar ajuda e confiar que tudo irá ocorrer bem.”
O Outubro Rosa é, portanto, uma oportunidade de reforçar hábitos saudáveis, estimular o diagnóstico precoce e oferecer suporte físico e emocional, mostrando que prevenção, tratamento e recuperação caminham juntos para salvar vidas.
