A Polícia Federal apreendeu cerca de 14 mil dólares e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, durante operação realizada nesta sexta-feira (18). O jornal O Globo divulgou a informação, que foi confirmada por interlocutores próximos às investigações.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a ação após pedido da própria PF, que contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e na sede do PL.
A corporação informou que cumpriu “dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão”. Essas medidas incluem a proibição de uso de redes sociais, comunicação com embaixadores ou diplomatas e a aproximação de embaixadas. Os investigadores obrigaram Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica, e ele deverá cumprir recolhimento domiciliar noturno.
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Motivos da operação
A Polícia Federal motivou a operação por indícios de crimes, como coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional. Os investigadores também identificaram risco de fuga do país, justificando o pedido de medidas restritivas.
A apreensão de dinheiro em espécie reforça a suspeita de tentativa de ocultar valores ou movimentações não declaradas. Na manhã desta sexta-feira, as autoridades informaram inicialmente que haviam apreendido cerca de 10 mil dólares, mas atualizaram o montante durante o dia.
Jair Bolsonaro é réu em ação penal que tramita no STF e apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República apresentou, nesta semana, as alegações finais do processo e pediu a condenação do ex-presidente por cinco crimes: associação criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, incitação ao crime e violação de sigilo funcional.
