A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), alertou nesta semana para a possibilidade de as tarifas do transporte público em todo o país subirem em média 50% a partir de janeiro de 2022. A tarifa cobrada em Goiânia e Região Metropolitana atualmente é de R$ 4,30. Apesar do alerta, o repasse ao usuário deverá ser parcial.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET), Adriano Oliveira, “o usuário não tem condição de pagar isso, porque essa solução viria com um fator muito negativo que seria a redução ainda maior do número de passageiros que iriam utilizar o sistema”, pontua.
Como justificativa para o aumento, está o “custo da produção do transporte” que, de acordo com Adriano, tem vários motivos. “Um que é muito claro para todas as pessoas é a questão do combustível, que afeta gravemente o transporte coletivo. Além disso, houve uma redução muito grande no número de passageiros”, aponta Adriano. Diante do cenário, há necessidade do aumento da tarifa, afirma.
Reestruturação e tarifa compartilhada
Para 2022, o SET espera que o transporte público coletivo na Grande Goiânia seja reformulado e reestruturado, com “melhoria do serviço, atração de passageiros e equilíbrio no sistema”. Umas das possibilidades é a cobrança de múltiplas tarifas: uma técnica, que seria subsidiada por outras fontes e a pública, paga pelo usuário do transporte.
“A lei de mobilidade em 2012 já previa a utilização de duas tarifas: uma para remunerar o serviço, chamada tarifa técnica e a tarifa pública que é a que o passageiro paga. Nos parece que esse é o caminho e é um caminho que acreditamos que o poder público do estado, especialmente Goiânia entenderam que será buscar esse tipo de alternativa”, explica.
Prejuízos
De acordo com o informado pela NTU, os prejuízos acumulados conjuntamente pelas empresas que operam os serviços de transporte público por ônibus urbano em todo o país e pelos poderes públicos concedentes já alcançam R$ 21,37 bilhões desde março de 2020, decorrente da queda do número de passageiros e da obrigatoriedade de manutenção da oferta para garantir o distanciamento social devido à pandemia da Covid-19.
Esse prejuízo, afirma a NTU, já fez com que 52 empresas suspendessem a prestação dos serviços ou permanecessem sob intervenção ou recuperação judicial, até o momento. A SET afirma que a situação das concessionárias do transporte público coletivo que atuam na Grande Goiânia não é diferente.
“Hoje, as empresas que atuam na Rede Metropolitana de Transporte Coletivo estão sob o regime do plano emergencial, o que garantiu o pleno funcionamento do serviço neste período de pandemia da Covid-19. No entanto, para 2022, temos uma grande expectativa que Estado e prefeituras envolvidas, especialmente Goiânia, possam, de fato, reformular e reestruturar o sistema, na busca pela melhoria do serviço, atração de passageiros e equilíbrio no sistema”, ressalta Adriano Oliveira.
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