O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou à apoiadores na saída do Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (11), que hackers foram contratados para desviar 12 milhões de votos dele nas eleições presidenciais de 2018. “Não tenho provas do que vou falar aqui. A questão do que houve em 2018, foi o hacker que denunciou e ninguém sabe quem é. Esse cara ficou oito meses lá dentro, de abril à novembro”, disse o presidente, afirmando novamente que não tem provas.
“E os hackers fizeram o seu trabalho. Só que quando as eleições acabaram não foi suficiente para o outro lado ganhar”, declarou sob apoio de eleitores. Durante o discurso, Bolsonaro declarou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apagou as provas para o “crime” não ser solucionado. “Hoje em dia sinalizamos para uma eleição onde não se confiar no resultado das apurações”, pontuou.
O caso em questão citado por Bolsonaro, diz respeito a invasão de hackers ao sistema do TSE em abril de 2018. O episódio resultou no roubo de diversos tipos de informações a partir da invasão de computadores, conforme o inquérito da Polícia Federal (PF), que ainda não foi concluído. Bolsonaro afirma que o caso só foi parar na PF porque os próprios hackers denunciaram.
A informação não é nova
Por outro lado, o TSE garante que o ataque ao sistema interno investigado, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. “Nada de anormal ocorreu”, garantiu a Justiça Eleitoral em nota divulgada na última quinta-feira (5). No documento, o tribunal destaca que a invasão hacker foi divulgada amplamente pela imprensa na época e não é uma informação nova.
“O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude”, aponta a nota. Já Bolsonaro, afirma que o tribunal apagou as provas para o “crime” não ser solucionado.
PEC do voto impresso
Também nesta manhã, Bolsonaro comentou a derrota da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retomaria o voto impresso auditável no Brasil. O presidente se diz “feliz” com o parlamento e afirma que parte dos que votaram contra a se abstiveram da votação, o fizeram por medo de retaliações. “Foi dividido. É sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE”, argumentou.
Ainda de acordo com Bolsonaro, para parte dos que votaram contra, tirando PT, PCdoB e PSOL “é melhor o voto eletrônico”. Bolsonaro fez alusão aos de centro e disse que votaram “preocupados” e “estão com problemas”, pontuou. Além disso, Bolsonaro criticou os que se abstiveram da votação. “É sinal de que também ficaram preocupados com retaliações”, sublinhou.
“Querem na verdade eleger uma pessoa na fraude. Uma pessoa que a pouco tempo teve aqui na frente do executivo e foi uma desgraça o que aconteceu”, fazendo referência a Lula (PT). Por fim, Bolsonaro agradeceu aos parlamentares que votaram a favor da PEC do voto impresso. “Parte da outra metade que votou contra, entendo que votou chantageada. Outra parte que se absteve também não votaram com medo de retaliação”, voltou a afirmar.
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