Prefeitura volta atrás sobre reabertura do comércio em Goiânia

Empresários fazem manifestação em frente o Paço Municipal. De acordo com o presidente da AER44, Jairo Gomes, as lojas da região irão abrir dia 13 de junho.

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Prefeitura de Goiânia decide adiar a reabertura do comércio pelos próximos 15 dias. (Foto: Reprodução / Prefeitura de Goiânia)

Na última quinta-feira (28), uma reunião realizada entre empresários e o Comitê de Crise do prefeito Iris Rezende, deixou a entender que as datas para reabertura gradual do comércio no estado estavam definidas. Porém, um balde de água fria parece ter caído sobre o setor empresarial nesta semana.

Apesar do otimismo para a reabertura de shoppings a partir do dia 6 de junho e do setor varejista, incluindo as lojas da Região da 44, no dia 13 de junho, foi confirmado pelo vereador Wellington Peixoto (DEM), líder do prefeito na Câmara, que a reabertura do comércio será adiada por pelo menos 15 dias.

“Infelizmente, devido ao aumento acentuado da contaminação pelo Covid-19 nesta última semana, o [Centro de Operação de Emergências] COE, decidiu que nestes 15 dias não vai flexibilizar nenhuma outra atividade”, explicou Peixoto.

De acordo com pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), um dos motivos pelo aumento dos casos de Covid-19 no estado é o baixo índice de isolamento social, que se mantém na faixa de 30%. De acordo com a projeção, caos o índice de isolamento se mantenha em 30%, o pico de contaminação e mortes ocorrerá na segunda quinzena de julho.

Nota da Prefeitura

De acordo com uma nota publicada pela Prefeitura de Goiânia na última sexta-feira (29), as datas para reabertura do comércio não foram definidas pelo órgão. Segundo o documento, ao final da reunião, “ficou decidido que as atividades serão retomadas de forma escalonada e seguindo protocolos, normas e recomendações de prevenção à Covid-19”, afirma o texto.

Além disso, as datas divulgadas, de acordo com a nota, teriam sido estipuladas pelo setor empresarial e não pelo Comitê de Crise em conjunto com o Centro de Operações Emergenciais que é formado por representantes de diversos seguimentos. Entre eles, Ministério Público, poder Judiciário, Conselho Municipal de Saúde e pesquisadores.

Próximos passos

Na manhã desta quinta-feira (04), empresários fazem uma manifestação em frente o Paço Municipal pedindo que a prefeitura recue na decisão de não reabrir o comércio no próximo dia 6 de junho.

O presidente da Associação Empresarial da Região da 44, Jairo Gomes, disse não concordar com a decisão e que irá voltar ao trabalho no próximo dia 13 de junho como foi acordado de acordo com ele, na última quinta-feira (29). “Estamos recorrendo nesta manifestação, vamos falar com o prefeito par que ele recue. [Acredito] que o prefeito tem uma linha e os secretários dele tem outra”, afirmou Jairo.

“Todo o fórum empresarial da cidade está muito agoniado com essa posição da prefeitura, depois de ter alinhado datas”, revelou o presidente. Jairo também afirmou que para a associação, a revogação da reabertura do comércio é um “grande estelionato” por parte do poder público e ressalta que as empresas se organizaram para voltar aos trabalhos e fizeram gastos para voltar ao trabalho.

“Gasta-se para se preparar, para abrir com segurança, com muita organização. Pessoas e confecções buscam de novo seus parceiros para dentro das industrias para poder voltar a trabalhar, gastou-se dinheiro com insumos e matéria prima preparando para o dia 13 e agora vem essa tentativa de protelar (adiar), coisa que nós não concordamos”, completou Jairo.

De acordo com o presidente da Associação dos Empresários da Região da 44, o comércio na região reabrirá no próximo dia 13. As datas para a reabertura escalonada do comércio em Goiás ainda não foi estipulada. Somente imobiliárias, mercados municipais e treinos de futebol podem voltar normalmente.


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