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sábado, 20, abril 2024
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O que pensam os 12 clubes do Goianão sobre o retorno do futebol

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O Goianão 2020 foi paralisado em 17 de março. Após quase 50 dias sem futebol, os clubes começam a se movimentar. A CBF iniciou conversas com o Ministério da Saúde em busca de um alinhamento. O órgão deu parecer favorável ao retorno das atividades, mas fez ressalvas que a confederação deve cumprir. O repórter Bruno Daniel, das Feras do Esporte, contactou os doze clubes que disputam a primeira divisão goiana para saber o que acontece com as equipes em meio à pandemia. A maioria dos times já foram desfeitos.

Na última quarta-feira (29), o presidente da Federação Goiana de Futebol, André Pitta, concedeu entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes Goiânia, e detalhou a estratégia tomada pela instituição sobre o possível retorno do futebol.

“Tivemos uma reunião com a CBF avaliando a possibilidade do retorno dos estaduais. A CBF colocou que cada federação pode avaliar com as suas autoridades de saúde a possibilidade da volta. Sabemos o quanto isso é difícil em virtude dos clubes terem que remontar suas equipes. Mesmo jogando com portões fechados e dificuldades de patrocínios, vamos começar a fazer uma análise, mesmo achando que é quase impossível um retorno nesse momento. Mas vamos fazer uma reunião com os clubes para traçar uma estratégia pro futuro”, disse Pitta.

Anapolina

Lanterna do Goianão com apenas seis pontos, a Anapolina vive dias de instabilidade e luta desesperadamente contra o rebaixamento. Faltando duas rodadas para o fim da primeira etapa do campeonato, a Rubra precisa vencer os dois jogos, contra Goiânia e Grêmio Anápolis, e torcer contra equipes que estão à frente na tabela. O presidente executivo Nélio Carneiro espera ajuda para poder voltar às atividades.

“A nossa equipe foi desfeita por conta da situação do campeonato. Teremos condições de recontratar os jogadores, mas desde que CBF ou FGF banque isso. Se for disponibilizado 300 mil ou 400 mil reais, conseguimos fazer várias recontratações. Então se isso acontecer, a Anapolina provavelmente voltará. Mas não acredito no retorno agora, afinal o governador Caiado não está liberando nem a indústria, imagina o futebol”, conta.

Anápolis

Lutando por uma classificação para as quartas de final e, consequentemente, vaga na Copa do Brasil e Série D, o Anápolis é um dos poucos clubes que não está se endividando durante a pandemia. Pelo contrário, o clube do bairro Boa Vista tem quitado os débitos com seus colaboradores, como conta o diretor de futebol Carlinhos Capilat.

“O momento é difícil. O Anápolis é um clube que sempre pagou os atletas em dia e, justamente por agora, estamos terminando de zerar todas as despesas do Campeonato Goiano. Reiniciar algo agora vai ser penoso, mas sei que o André Pitta vai fazer a melhor situação para os clubes. Creio que logo vamos começar a conversar sobre isso e as coisas irão clarear. Mas agora é muito difícil falar. A situação está tão complicada que é até difícil achar um ponto de partida para um recomeço. Se depender de mim, prefiro que aconteça somente em dezembro”, conta Carlinhos.

Aparecidense

O Camaleão está com 11 pontos e vivia uma intensa disputa com Crac, Anápolis, Vila Nova e Grêmio Anápolis por uma vaga nas quartas de final da competição. Mas apesar da briga pela parte de cima da tabela, o time de Aparecida de Goiânia foi alcançado por Iporá e Goiânia, que disputam rebaixamento. Ou seja, a competição estava em aberto para o time presidido por Elvis Mendes.

“A posição da Aparecidense é querer saber qual vai ser a contrapartida da CBF para os clubes. O que ela vai ajudar? No caso da Aparecidense, perdemos todos os patrocinadores e há mais de 30 dias não entra dinheiro. Naquela reunião que tivemos antes de paralisar o campeonato, fui favorável para terminar pelo menos a 1ª fase do campeonato. Mas não foi possível. Fui muito sincero e demonstrei pro André Pitta que não tínhamos a mínima condição de segurar o elenco sem estar jogando futebol. Então assim foi feito. Saí da reunião e fiz contato com o departamento jurídico para fazer todas as rescisões com os jogadores”, disse Elvis.

O presidente do Camaleão chamou a atenção para a realidade financeira dos clubes do interior, que praticamente inviabiliza o recomeço da competição estadual. “Nesse momento é impossível da Aparecidense voltar para o Campeonato Goiano. Até por que seria um custo muito alto e para clubes do interior como a Aparecidense que passa por dificuldades, não tem reativar novos contatos com jogadores. São muitas despesas. Passagens aéreas, hotel, apartamento, tudo. E é um momento onde a gente está perdendo muitos patrocínios. É inviável fazer algo agora”, completa Elvis Mendes.

Atlético

O Dragão lidera a competição, com 23 pontos, e coleciona ótimos números. Foram 23 gols marcados e apenas três sofridos, saldo de 20 gols. Em dez jogos, foram sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota. O presidente executivo Adson Batista espera uma iniciativa dos clubes para um possível retorno da competição e diz não ver interesse da FGF no assunto.

“A Federação não tem interesse. Isso tem que partir dos clubes. Não vejo nenhuma chance da Federação encabeçar isso, já que não existe o mínimo interesse. Agora cabe os clubes buscarem essa possibilidade, afinal os times que vão disputar o Brasileirão precisam fazer uma boa pré-temporada. E pelo que tenho acompanhado nas reuniões, o Campeonato Brasileiro volta em junho”, afirma Adson.

Crac

A postura mais incisiva entre todas as equipes é a do Clube Recreativo Atlético Catalano. O presidente executivo Roberto Antônio joga aberto ao dizer que a equipe simplesmente não reúne condições para um retorno por agora. Vale lembrar que o Crac é um dos representantes goianos no Brasileirão Série D de 2020.

“A posição do Crac é que não tem condições de voltar o campeonato agora. O Crac não disputa campeonato em maio, junho ou julho. é muito difícil montar um time agora. Estamos na Série D, a CBF não divulgou nada que vai fazer e nem sabemos se vai ter realmente o campeonato nesse ano. As condições estão precárias, o vírus está cada dia aumentando mais. A curva está cada dia sendo mais forte. Como que vou montar um time pra disputar três jogos e parar de novo?”, pergunta Roberto.

O Crac estava entre os melhores times do campeonato ficando à frente, por exemplo, do Vila Nova, que te possui orçamento superior. Mesmo com 13 pontos e a quinta colocação, o time catalano tinha mais gols sofridos (7) do que marcados (5). O presidente catalano ainda fez sugestões a FGF.

“O Crac é a favor de apresentar o time em 1º de dezembro visando 2021. E começar lá para 17 de dezembro e terminar em 17 de janeiro o campeonato de 2020, para definir toda a situação. E depois, com o mesmo elenco, mesmo time, mesmo treinador, começa o Campeonato Goiano de 2021. Tenho certeza que pela estatura moral que tem o presidente da Federação Goiana, que comanda muito bem a FGF, sabe que os times do interior estão sem condições de jogar agora. O gasto é muito grande. Esperamos o bom senso do presidente e sabemos que ele terá”, conta Roberto.

Goianésia

Apesar de figurar na parte de cima da tabela, o Azulão vem de três jogos sem vitória. Derrotas para Goiânia e Anápolis, e empate com o Crac. O presidente executivo do clube é Marco Antônio, mais um que se mostra favorável a disputa da competição em dezembro. Porém o dirigente se diz pronto para um possível reinício da competição.

“O Goianésia aguarda parecer da FGF, CBF e autoridades de saúde sobre a segurança para voltar o campeonato agora. O Goianésia está pronto. Se precisar começar em 15 ou 20 dias estamos prontos. Mas ainda sim acredito que a melhor forma seria disputar esse campeonato em dezembro. Assim já terminamos esse e começamos o próximo”, afirma Marco.

Goiás

A CBF cogitou um possível retorno dos estaduais em 17 de maio. Mas boa parte das federações recebeu negativa dos governos estaduais. O Goiás foi o primeiro clube se posicionar a favor da suspensão da competição. O vice-presidente Mauro Machado segue a mesma postura adotada em março, quando o campeonato foi paralisado e pede tempo para os atletas poderem se condicionar.

“Estamos a mais de 40 dias sem treinamentos. Existia a possibilidade de voltarmos aos treinamentos agora no início de maio, mas remarcamos para o dia 11 e ainda no condicional. Sobre começar o Goianão por agora, acho muito difícil. Vários clubes já dispensaram seus atletas e teriam que recontratar jogadores. E isso exige um período de treinamento para que os atletas cheguem a um ponto ideal para disputar uma competição”, disse Mauro.

Goiânia

O Galo figurou na lanterna do estadual por várias rodadas. Mas no momento em que a competição foi paralisada, o alvinegro vinha de duas importantes vitórias em três jogos. Mesmo lutando contra o rebaixamento, o alvinegro sonhava com uma vaga nas quartas de final do Goianão 2020. Após crise política no início do estadual, o empresário Alexandre Godoi assumiu a presidência executiva e pôde colocar em prática o planejamento feito de forma paralela a diretoria anterior.

“Se o Goianão voltasse agora em maio seria uma coisa muito boa. Não só pra gente, mas pra todas as torcidas. Pra galera que gosta de futebol, que torce para Goiás, Vila nova ou Atlético, clubes com grandes torcidas. Então espero que retome o campeonato o quanto antes. A gente sabe da dificuldade dos clubes do interior, principalmente aqueles que não tem calendário o ano todo”, disse Alexandre.

O apresentador Bruno Daniel sugeriu um quadrangular entre os clubes da capital, caso os times do interior não pudessem seguir o campeonato. Alexandre Godoi aprova. “Talvez os times que não queiram competir, espero que a federação tenha algum plano B. Fazer um quadrangular ou uma competição com seis ou oito times que querem continuar e consigam fazer isso. Principalmente nós do Goiânia, também Goiás, Atlético, Vila Nova, Crac e Goianésia, clubes que tem calendário o ano todo. A gente espera que tenha campeonato para que possamos levar alegria pra casa do pessoal. Sem torcida mesmo, mas com jogos transmitidos pela TV e pela rádio”, conta.

Grêmio Anápolis

Um dos times mais organizados do futebol goiano, o Grêmio sempre entra na competição estadual com um único objetivo: revelar jogadores. A pandemia de Covid-19 não abalou a equipe, que segue com 70% de seu elenco intacto. O diretor administrativo Raimundo Silva conta que quando a Federação Goiana optar pelo retorno do estadual, o Grêmio estará pronto.

“O que a FGF definir, vamos acatar. Até por que temos uma boa base e, se for pra recomeçar amanhã, estamos prontos. Ou seja, o que a federação definir, vamos acatar. Ficamos com 70% do elenco e só precisamos de mais algumas peças. Porém o mais certo seria fazer o Goianão em dezembro. Afinal, nós temos uma base, mas os outros clubes não. Pensando no coletivo, é melhor o estadual acontecer depois do Brasileirão”, conta Raimundo.

Iporá

Os dirigentes do Lobo-Guará ainda não responderam o contato feito pela reportagem.

Jaraguá

O posicionamento que mais repercutiu nesta semana foi do Jaraguá, que pede o fim do Campeonato Goiano 2020, com o troféu de campeão sendo entregue ao Atlético e o de vice ao próprio Jaraguá. O gestor de futebol Muller Meira visa as bagas na Copa do Brasileiro e Brasileirão Série D.

“Ao encerrar a competição, o que acho justo é que o Atlético seja campeão. Afinal, 50% da competição já foi jogada. E que o Jaraguá seja vice-campeão e tenha as vagas na Copa do Brasil e Série D. Penso que esse seria o ideal. A dificuldade para uma continuidade não é só do Jaraguá, mas sim da maioria dos times que disputam o campeonato”, disse Muller.  

Vila Nova

O Vila Nova reduziu 70% de seu custo para não se endividar ainda mais ao longo da pandemia. Apesar da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sugerir uma possível volta dos estaduais em 17 de maio, o presidente Hugo Jorge Bravo não crê em algo tão rápido e pede um apoio das instituições do futebol.

“Não acredito que retorne num prazo tão curto. Hoje se falarmos em retorno do Campeonato Goiano temos que ter um subsídio da FGF ou CBF. Afinal, colocar os times pra jogar sem nenhuma perspectiva perde até o sentido. Primeiro que acho que o tempo é muito exíguo. E segundo que, pelo que vimos dos times do Goianão, todos os elencos já foram desmontados. Ou seja, é muito difícil”, conta.  

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