No Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, celebrado em 28 de maio, Goiás mostra seu protagonismo ao oferecer exames genéticos gratuitos para a prevenção do câncer de mama e ovário por meio do SUS. A iniciativa faz parte do programa Goiás Todo Rosa, que permite identificar mutações genéticas associadas ao câncer, possibilitando uma rotina personalizada de acompanhamento para pacientes com risco elevado.
A ação começou oficialmente em janeiro de 2024, após um convênio assinado em outubro do ano anterior. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) firmaram o acordo. O Centro de Excelência em Genética Humana (CEGH) realiza os testes. Lá, eles analisam os genes BRCA1 e BRCA2, que se associam ao aumento do risco de desenvolver cânceres hereditários.

Diagnóstico precoce e mais chances de cura
Desde o início do programa, já foram realizados 409 exames genéticos, com 73 resultados positivos entre pacientes e seus familiares. Essas pessoas agora fazem parte do acompanhamento oferecido pelo SUS. Além disso, outras 64 amostras estão em fase de análise, ampliando ainda mais o alcance da iniciativa.
“O quanto antes a mulher descobre a doença, maiores são as chances de tratamento e cura. Por isso, reforçamos a importância do autoexame e da mamografia como medidas preventivas”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos.

Impacto na saúde pública
Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia indicam que a mamografia periódica pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 45%. Já o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73.610 novos casos por ano. Em Goiás, 1.993 mulheres morreram em decorrência da doença entre 2020 e 2023.
A superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES-GO, Amanda Limongi, destaca que o programa tem papel estratégico: “O Goiás Todo Rosa não só garante acesso inédito a exames genéticos pelo SUS, como também fortalece uma cultura de prevenção e cuidado contínuo.”
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Investimento e capacitação
Com recursos estaduais e convênios, o programa prevê um investimento de R$ 5 milhões ao longo de cinco anos. Além dos exames, os recursos estão sendo usados para capacitar profissionais da Atenção Primária à Saúde na identificação de casos com histórico familiar de câncer.
“A atuação do programa é ampla”, explica Amanda. “Temos a frente do rastreamento genético de pacientes e familiares com histórico da doença e, paralelamente, promovemos a capacitação dos profissionais da Rede Assistencial Oncológica de todo o Estado.”
As formações incluem médicos mastologistas, ginecologistas e equipes da atenção básica, tanto da rede estadual quanto dos municípios goianos.
