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sábado, 4, maio 2024
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Futebol feminino entra na vitrine e movimenta mercado de publicidade e direitos de transmissão

Especialistas apontam evolução gradual e amadurecimento do esporte também fora das quatro linhas e vêm com otimismo o futuro da modalidade feminina

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ESPECIAL – FUTEBOL FEMININO

Em franca ascensão no cenário nacional, o futebol feminino vem ganhando cada vez mais espaço nas páginas esportivas, nos noticiários diários e nas grades de programação. O “novo mercado” do futebol brasileiro vem ganhando também o apoio das principais torcidas do Brasil e do público em geral. Prova disso é a disputa que duas grandes emissoras nacionais vêm travando pelos direitos de transmissão.

Na atual temporada, o Brasileirão Feminino conta com transmissão aberta pela TV Band, que detém os direitos da competição com exclusividade até 2023. Nos canais fechados, a Sportv, canal do grupo Globo, transmite as partidas. Porém, percebendo a evolução da popularização do futebol feminino, a Globo já buscou garantir os direitos também para TV aberta a partir de 2024.

Bruno Maia, CEO da Feel The Match e executivo de inovação no esporte, acredita que toda a movimentação feita nos últimos anos entre clubes, emissoras e patrocinadores, comprova a expansão do futebol feminino como um novo e atrativo produto no mercado midiático:

“O fato do Sportv, do grupo Globo, ter assumido o protagonismo do futebol feminino, estar transmitindo as competições, ter adicionado às suas equipes comentaristas e narradoras mulheres, tudo isso tem tido impacto muito forte positivamente no mercado. Essa movimentação da Globo e de outras emissoras só comprova o quanto o mercado se tornou atrativo, são sinais claros de que uma evolução no esporte e no mercado consumidor do futebol feminino está acontecendo e caminhando para uma consolidação”, avalia o especialista.

As divisões inferiores e outras modalidades, como por exemplo o futsal feminino, também estão em evidência através das plataformas de streaming (transmissões on-line). Na última temporada, o Novo Futsal Feminino contou com a transmissão da NSports, canal de streaming brasileiro que transmite mais de 3.000 eventos entre 26 modalidades. O CEO da empresa, Guilherme Figueiredo, revela que, devido aos bons resultados obtidos, a Nsports tem trabalhado para ampliar as transmissões de modalidades femininas, em especial o futebol:
“Temos trabalhado muito para ampliar as transmissões ao vivo das mais importantes competições femininas, possibilitando assim a chegada de novas receitas aos clubes e entidades. Também estamos utilizando nosso time de jornalistas e editores para criar diferentes tipos de conteúdo sobre a carreira e vida pessoal das atletas, a fim de criar uma maior identificação entre elas e o público. Tudo isso, além de conquistar o público, ajuda a atrair o mercado publicitário”, comenta.

Patricia Mayr, head de marketing da Nsports, amplia a discussão e pondera que o otimismo com as transmissões femininas não é apenas da empresa de streaming: “Temos recebido feedbacks muito positivos das ligas, times, confederações e, principalmente, das atletas. Para elas, a possibilidade de ter as suas competições transmitidas está ligada diretamente ao crescimento das modalidades e inspiração para novos talentos. Já para as ligas e confederações, nós revolucionamos a forma dos fãs acompanharem os esportes femininos no Brasil. Os fãs já sabem onde e como podem acompanhar os jogos. E essa visibilidade do esporte feminino contribui para despertar a atenção de novos investimentos e a formação de novas atletas”.

Totalmente focado no futebol feminino, o Brasil Ladies Cup, torneio amistoso realizado pela Federação Internacional de Football Soccer Society em parceria com Federação Paulista de Futebol, é outro evento da categoria que vem sendo apreciado pelo mercado publicitário. Fábio Wollf, membro do comitê organizador, revela que mais de 20 empresas investiram na primeira edição e que, para a edição deste ano, mais de 10 acordos publicitários já foram fechados. “A entrega do Ladies Cup ao patrocinador tem sido cada vez melhor, estamos focados cada vez mais em fortalecer e fomentar a categoria”.

Com este espaço conquistado na mídia, os clubes também já se atentam às possibilidades de novos negócios, principalmente na área de marketing, com suas equipes femininas. A ideia dos clubes é retirar o futebol feminino da sombra do masculino e, assim, tratar a modalidade como um outro produto específico, com sua própria história, seu próprio espaço e seus próprios recursos.

Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional, cujo time vem fazendo ótima temporada e é, inclusive, líder do Brasileirão Feminino, revela que no clube gaúcho o departamento já é desenvolvido com sua própria comunicação: “No cenário do Internacional, o futebol feminino está inserido como um dos carros-chefes da nossa produção de conteúdo, tem seu próprio plano, suas metas e temos trabalhado com muito afinco porque estamos vendo um excelente retorno”, declara.

Em sua avaliação sobre o cenário nacional, Avancini aponta que ainda falta muito para atingir um patamar considerado ideal, mas, ainda assim, é possível dizer que o futebol feminino já é um mercado consolidado: “Acho que já é uma realidade consolidada, podemos dizer que a modalidade atrai hoje não só o público em geral como as grandes mídias. Com isso, a tendência é que cresça cada vez mais, porque tendo mídia e público, o produto vai se qualificando e se tornando mais atrativo”, finaliza.

Patrocinadora do time feminino do Atlético-MG, a Multimarcas corrobora com este pensamento. Fernando Lamounier, diretor executivo, explica como a empresa acredita e utilizada o esporte para fortalecimento de sua marca: “É um mercado em que acreditamos muito, não há toa já estamos nele há 2 anos. O futebol feminino vive um processo de evolução muito grande, é um mercado em desenvolvimento e com potencial enorme. A Multimarcas entende isso e, por isso, detém cotas de patrocínios exclusivas para a modalidade”.

CENÁRIO EM EVOLUÇÃO

Nos últimos anos a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vem estimulando o fortalecimento da modalidade, com criação de campeonatos oficiais e regras que visam o maior investimento por parte dos clubes que disputam a primeira divisão nacional. Em 2022, por exemplo, será inserido no calendário do futebol feminino mais uma competição nacional: o Brasileirão Feminino A3, uma espécie de terceira divisão.

Aline Pellegrino, coordenadora de competições femininas da CBF, comemora a estreia de mais uma divisão e acredita que o campeonato servirá para dar visibilidade e incentivar cada vez a modalidade: “A divisão A3 vai ajudar muito no aumento de mercado para as atletas. Isso incentiva o fortalecimento das categorias de base e ajuda a categoria a se desenvolver”.

Já desenvolvendo um trabalho consistente no time masculino, que vai para sua terceira temporada consecutiva na primeira divisão e para a sua primeira disputa continental da história, o Cuiabá é um dos clubes que estará envolvido na disputa do Feminino A3. O projeto com a modalidade feminina foi iniciada na última temporada e agora com o calendário cheio, o vice-presidente do Dourado, Cristiano Dresch, acredita que a tendência é aumentar o investimento no time feminino:

“O futebol feminino está crescendo muito e vai crescer muito mais nos próximos anos, falo isso em âmbito nacional. Tem muitas equipes no Brasil todo aumentando os seus investimentos e apostando na categoria, nós não somos diferentes. Este ano a equipe já vai ter calendário cheio e, com isso, vamos aumentando o nosso investimento nos próximos anos para deixar o time cada vez mais competitivo”, pondera Dresch.

O Fortaleza é outra equipe de Série A que desenvolve um trabalho de reestruturação para alavancar a modalidade. Recentemente, o Tricolor contratou a gestora Anna Beatriz para comandar o departamento e realizou uma série de melhorias estruturais para atender o time das Leoas, que disputam em 2022 o Brasileirão Feminino A2 e o Campeonato Cearense. À frente do projeto, Anna explica como está sendo desenvolvido este trabalho:

“Estabelecemos uma sala para a nossa comissão técnica e nossa gestão de futebol trabalharem, ajustamos o alojamento e transporte para as meninas do time e estamos procurando reforçar o nosso trabalho com suporte pedagógico e apoio psicólogico disponibilizado no próprio CT, além de academia, piscina para recuperação (recovery), suporte da equipe médica, fisioterapeuta e massagista para potencializar as atletas”, finaliza.

Com a chegada da A3 nesta temporada, o número de equipes femininas filiadas à CBF para disputas oficiais salta de 54 para 62. 16 delas atuam na primeira divisão, 36 na segunda divisão e, a partir deste ano, mais 32 equipes na terceira divisão.

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