A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) anunciou nesta quinta-feira (26) o afastamento preventivo de quatro servidores, como parte da investigação sobre supostas fraudes em acordos extrajudiciais. A medida dura inicialmente 60 dias, mas pode ser prorrogada por igual período. A remuneração não sofrerá prejuízo enquanto os casos são apurados.
Segundo a companhia, os afastamentos se baseiam em indícios de pagamentos que variam entre R$ 800 mil e R$ 1,4 milhão, efetuados fora dos trâmites legais. Essa nova fase da apuração segue o mesmo padrão de conduta detectado no afastamento anterior de 34 servidores, em fevereiro deste ano.
As investigações indicam que os acordos se baseavam em supostas diferenças salariais. Contudo, os valores pagos seriam incompatíveis com a realidade dos vínculos trabalhistas. Em um dos casos, um servidor chegou a receber R$ 1,4 milhão. Há ainda suspeita de desvio de parte dos recursos para pessoas ligadas à antiga gestão da Comurg.
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Desaparecimento de documentos
Durante a apuração, a equipe encontrou indícios do desaparecimento de documentos físicos e digitais relacionados aos processos investigados. A recuperação desses registros só foi possível por meio de rastros e anotações internas, que levaram aos comprovantes de pagamento e a movimentações fora dos padrões regulares.
Com base nas descobertas, a Comurg instaurou procedimento administrativo para identificar os envolvidos, os valores pagos, os fundamentos dos acordos e a regularidade dos processos. Se confirmadas as irregularidades, os casos resultarão na abertura de Processos Administrativos Disciplinares (PADs), com possibilidade de aplicação de sanções.

Apuração segue com apoio do MP e do TCM
O presidente da Comurg, coronel Cleber Aparecido Santos, afirmou que os novos afastamentos se baseiam em provas reunidas pela apuração interna. “É um novo desdobramento em que obtivemos provas suficientes para afastar mais quatro servidores”, disse. Os funcionários seguem à disposição da Corregedoria, mas sem acesso aos sistemas e às dependências da empresa.
O prefeito Sandro Mabel reforçou que determinou rigor máximo nas investigações. A Prefeitura de Goiânia atua em conformidade com as recomendações do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e do Ministério Público (MP), com auditorias em andamento e adoção de medidas para responsabilização dos envolvidos. Somente uma decisão judicial poderá determinar a devolução dos valores.