O Campeonato Brasileiro pode estar de volta ao game EA Sports FC 26, principal título de futebol do mundo. A possível reinclusão oficial da liga nacional ganhou força com a atuação da Federação Nacional dos Atletas de Futebol Profissional (Fenapaf), que lidera articulações para garantir que os direitos de imagem dos jogadores sejam respeitados em futuras negociações com a desenvolvedora.
Em entrevista à rádio Itatiaia, o presidente da Fenapaf, Jorge Borçato, confirmou que já existem conversas com a Liga Forte União (LFU) e também com a FIFPRO — a federação internacional de atletas profissionais — com foco na criação de um modelo justo e coletivo de licenciamento.
“Essa articulação internacional é fundamental para garantir que os atletas que atuam no Brasil não fiquem em desvantagem em relação a colegas de outras partes do mundo”, afirmou Borçato.

Clubes goianos estão entre os possíveis incluídos
Caso apenas a LFU seja oficializada no novo EA FC 26, times tradicionais de várias regiões do Brasil devem ser incluídos. Entre eles, três representantes goianos se destacam: Atlético Goianiense, Goiás Esporte Clube e Vila Nova. Todos fazem parte da LFU e estariam presentes no game, ao lado de outras grandes equipes como Botafogo, Corinthians, Fluminense, Internacional, Vasco, Sport e Fortaleza.
Essa possível inclusão representa um marco para o futebol goiano, que voltaria a ter destaque em um dos jogos eletrônicos mais jogados do planeta. A presença dos três clubes ajudaria a fortalecer ainda mais o cenário nacional e regional nos eSports.
Para que toda a Série A do Campeonato Brasileiro esteja presente, porém, a EA Sports também precisará negociar com a Libra, grupo que representa clubes como Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Santos, Atlético Mineiro, Bahia e Vitória. Como a proposta está sendo avaliada pela CBF, a expectativa é que todos os clubes da primeira divisão, além dos torneios Brasileirão e Copa do Brasil, também sejam oficialmente licenciados.
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Jogadores se mobilizam e Fenapaf avança no diálogo
Com o assunto ganhando destaque, muitos atletas procuraram diretamente a Fenapaf em busca de orientação. O presidente da LFU, Marcelo Paz, também abordou o tema em reunião com a entidade. Segundo Borçato, a federação existe para proteger o atleta como pessoa e protagonista — e não apenas como um item comercial.
“Muitos jogadores ainda não têm assessoria jurídica adequada e não sabem que têm direito sobre a exploração de sua imagem em jogos”, ressaltou o presidente.
Acordo coletivo é o foco da entidade
A Fenapaf já enfrentou a EA Sports na Justiça — e venceu, em 2020, uma ação que obrigou a empresa a pagar pelos direitos de imagem utilizados sem autorização. Hoje, a entidade prefere um caminho mais colaborativo. A proposta é firmar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assegurando os direitos de forma ampla e sem fragmentações.
“Não somos parte de nenhum processo judicial neste momento. Nossa prioridade é o diálogo institucional”, afirmou Borçato.

Sindicatos mantêm papel central nas negociações
Borçato lembrou ainda que apenas entidades sindicais podem representar legalmente os jogadores em negociações coletivas, conforme determina a Constituição. Para ele, negociações individuais entre clubes e atletas não são ideais e deixam especialmente os jovens em posição de vulnerabilidade.
Retorno da liga ao game anima torcedores
A expectativa pelo retorno oficial do Brasileirão ao jogo é alta. Nas versões recentes da franquia, muitos times brasileiros apareciam com nomes genéricos ou elencos fictícios, o que gerava frustração entre os fãs. Segundo informações de bastidores, o EA FC 26 poderá contar também com a Liga MX (México) e o Campeonato Chileno totalmente licenciados.
Clubes como América, Monterrey, Tigres e Chivas Guadalajara já teriam, inclusive, fechado contrato com a EA Sports. Caso o Brasileirão seja confirmado, será a primeira aparição completa desde FIFA 16, com times e jogadores reais representando suas equipes.
A inclusão da liga nacional está sendo costurada com uma nova abordagem contratual, que busca conciliar os interesses da EA Sports e os direitos garantidos pela legislação brasileira.