O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, teria avisado na manhã desta segunda-feira (29) a seus assessores que pedirá demissão do cargo. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não confirmou a saída de seu auxiliar.
O chanceler já vinha sendo criticado com frequência tanto pela oposição ao governo como pela própria base. Ernesto faz parte da ala ideológica bolsonarista e essa postura estaria causando grande desgaste do governo com o Congresso Nacional.
A última ação que pode ter sido fundamental para essa saída do ministro foi uma publicação que ele fez em suas redes sociais direcionada à senadora goiana Kátia Abreu (PP-TO). No post Ernesto disse que a parlamentar insinuou que ele devia ajudar no leilão sobre a internet 5G.
“Em 4/3 recebi a senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: ‘Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado’. Não fiz gesto algum”, publicou o ministro.
Também pelas redes sociais, a senadora não citou Ernesto, mas disse que a intenção seria desviar o foco de um assunto importante “vacinas e vidas”.
Há parlamentares que alegam que o comportamento de Ernesto vai acarretar graves problemas à diplomacia brasileira com o mundo. Um dos países que é alvo de Ernesto, com frequência, é a China, principal nação que produz os insumos que o Brasil precisa para produção de vacina contra a covid-19.
Leia mais: Governo federal negocia 168 milhões de doses de vacina contra Covid-19