Estudantes, parte de torcidas organizadas e sindicatos estudantis organizam uma manifestação em defesa da democracia e contra o governo Bolsonaro, no próximo domingo (7), na Praça Cívica, em Goiânia.
O evento que está marcado para as 15h, faz parte de um movimento antifascismo e antirracismo crescente em várias partes do mundo. O movimento surgiu após a morte do americano negro George Floyd, morto por um policial branco na cidade de Minneapolis, no estado de Minnesota. Os Estados Unidos já entra em seu 9º dia de protestos.
No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro registraram no último final de semana, atos em defesa dos mesmos temas e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, houve confrontos isolados entre manifestantes e a Polícia Militar.
“Uma coisa é a manifestação pacífica, outra coisa é balbúrdia, depredação, colocar fogo nas coisas, e essa parte nós não vamos admitir”, afirmou o Comandante da Polícia Militar e do Policiamento de Goiânia, Coronel Edson Pereira Moura. “Iremos coibir com veemência e com a dureza da força do estado”, completou em entrevista ao Jornal Bandeirantes na manhã desta quarta-feira (03).
Decreto estadual proíbe aglomerações em Goiás
Apesar da manifestação marcada para o próximo domingo (7), está em vigor no estado um decreto, de 19 de abril, assinado pelo Governador Ronaldo Caiado que proíbe, entre outras coisas, a aglomeração de pessoas em Goiás.
“Nós entendemos como legítimo direito de manifestação pacífica como foram as últimas aqui no estado. […] Mas nós temos que lembrar que temos um decreto estadual que proíbe aglomeração de pessoas. A população precisa entender que nesse momento a aglomeração é prejudicial para a saúde pública”, ressaltou o comandante.
Violência
Uma marca negativa das manifestações ocorridas ao redor do mundo, é o fato de vândalos se aproveitarem da euforia para saquear e destruir, tanto ambientes públicos, quanto privados. Em repressão a esses atos violentos, o presidente americano Donald Trump disse em coletiva que vai colocar milhares de policias nas ruas e chamou os atos de “terrorismo doméstico”.
“Como diz o presidente Trump, e eu vou replicar aqui, nós não vamos admitir o terrorismo doméstico”, disse o comandante, que deixou um aviso caso atos do mesmo tipo venham acontecer no estado. “A manifestação violenta será coibida com a dureza do estado.”
Torcidas organizadas
Parte dos movimentos que tomaram o Brasil no último final de semana, foram liderados por torcidas organizadas de futebol. Em São Paulo, torcedores “antifas” de São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos se uniram na Avenida Paulista. Da mesma forma, flamenguistas tomaram as ruas do Rio de Janeiro.
Em Goiás, torcedores tem se mobilizado junto aos organizadores do evento para convocar o maior número de pessoas. Na última segunda-feira (1º), um flyer conjunto foi divulgado pela Vila Metal, Dragão Antifascista e Esmeraldinos Antifas, convocando torcedores e pedindo pelo uso de máscara, manifestação pacífica e respeito aos rivais.
Entretanto, o comandante Edson Pereira afirmou que a polícia está em contato com as torcidas organizadas de maior expressão de cada clube, e afirma que “as lideranças das torcidas estão afirmando que não vão fazer parte dessas manifestação”, e que “os dirigentes dizem que a paixão deles é pelo futebol e não vão se envolver nessas manifestações, principalmente as violentas.”
Ouça um trecho da entrevista com o Comandante do Policiamento de Goiânia, Coronel Edson Pereira Moura.
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