O Ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou nesta quarta-feira (05), em audiência pública virtual, a proposta de reforma tributária do Executivo. Entre os pontos apresentados, o que mais chama atenção é uma espécie de fatiamento das mudanças, o que não agradou paramentares do Congresso Nacional.
O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse ao Jornal Bandeirantes que as medidas apresentam um “aumento de tributos” e que a reforma tributária só tem “validade” se for para “baixar tributos e aumentar a base de arrecadação”. As críticas se dão porque a proposta deixa pontos como a tributação sobre grandes fortunas e dividendos, assim como a polêmica criação da nova Contribuição sobre Movimentações Financeiras (CPMF), para depois.
“Eu trabalho para que essa reforma saia, mas não nos moldes que foram apresentados ontem para os deputados e senadores”, disse Vanderlan que continuou: “foi uma ducha de água fria do que foi apresentado. Fazer a reforma tributária por etapas é uma boa intenção, mas a primeira proposta que já veio, que é do PIS (Programa de Interação Social) e Confins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) vai ter aumento de imposto”, completou.
Ainda de acordo com o senador, somente na proposta apresentada por Guedes para o PIS e Cofins, haverá aumento de 30% de impostos. A porcentagem, segundo o senador, foi feita por ele mesmo e sua equipe.
Plataformas digitais
Apesar da discordância em alguns pontos, o senador Vanderlan Cardoso concorda que empresas com sede em outros países, que prestam serviços pela internet no Brasil, como a Netflix, passem a pagar impostos. “Tem muitas partes da economia em nosso país que não pagam impostos”, afirmou.
“A Netflix e plataformas de streaming estão em outro país, cobram o serviço, mas não emitem nota. Ou seja, não pagam ISS para os municípios, não pagam os impostos federais e nem impostos estaduais. Essa é uma correção que precisa ser feita”, concluiu o senador.
Ouça a entrevista completa e análise que o senador e empresário Vanderlan Cardoso (PSD) faz em relação a Reforma Tributária apresentada por Paulo Guedes nesta quarta-feira (06).
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