O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, vai prestar depoimento neste sábado (2) em inquérito que apura acusações feitas contra o presidente Jair Bolsonaro pelo próprio Moro. Ao anunciar sua saída do governo no último dia 24 de abril, o ex-ministro acusou Bolsonaro de interferir no trabalho da Polícia Federal (PF) e em inquéritos relacionados a familiares.
O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, relator do caso no Supremo, e acontecerá em Curitiba (PR). O ministro havia dado prazo de 60 dias para Moro depor, mas na última quinta-feira (30), atendendo a pedido de parlamentantes, determinou que o ex-magistrado fosse ouvido em 5 dias.
O inquérito vai apurar a suposta prática de crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça e corrupção passiva privilegiada por parte de Bolsonaro por supostamente tentar interferir no trabalho da Polícia Federal e acessar relatórios de inteligência.
Moro declarou, em entrevista à revista Veja, que entregaria provas de acusações de interferência política do Planalto na Polícia Federal ‘em momento oportuno’. Se as acusações não forem verdadeiras, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Além do depoimento, o ministro Celso de Mello deve determinar ainda o cumprimento de mandados de busca e quebras de sigilo telefônico de alguns envolvidos para colher provas.
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