Depois de anunciado um corte de 30% linear e isonômico para todas as instituições de ensino público superior do país, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, tentou explicar que na verdade o percentual era de 3,5%.
Os 30% não são sobre o orçamento global das universidades, mas apenas sobre as verbas para despesas discricionárias, ou seja, as não obrigatórias.
Entre estas despesas estão a água, a luz, o telefone, a limpeza e investimentos, onde estão incluídas as pesquisas.
Pesquisas que possibilitaram os alunos da Universidade Federal de Goiás a desenvolver uma nanopartícula que pode reverter a overdose de cocaína.
Tem também a pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde foi desenvolvido o primeiro tradutor da língua de sinais para a língua portuguesa e que vai auxiliar os cerca de 10 milhões de surdos que existem no pais.
Difícil se convencer que só 3,5% não vão impactar a vida dos estudantes.
Falta ao ministro Weintraub mais transparência em suas falas. Ele critica a ideologização do ensino, sataniza as universidades e os estudantes e coloca a população contra a comunidade acadêmica.
Ouça o comentário de Rosane Kotoski nesta segunda-feira, 13, no Jornal Primeira Hora.