Diante do novo reajuste no preço do diesel e gasolina anunciado pela Petrobrás às distribuidoras, nesta sexta-feira (17), o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, disse em entrevista à Bandeirantes que foi pego de surpresa, já que esperava diminuição ao invés de aumento dos valores.
“O que vinha acontecendo no início desta semana era a expectativa de redução. Na terça-feira [14] foi aprovado no Congresso a proposta que limita a cobrança do ICMS em 17%. Então todos os postos de modo geral, vários postos, começaram a reduzir os preços até para ficar livre dos estoques com preço alto, esperando uma redução”, disse Andrade.
Os novos valores passam a valer a partir deste sábado (18). Com o reajuste, o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%). Para o diesel, preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%). O diesel não era reajustado desde 10 de maio e a gasolina desde 11 de março – há 99 dias. Os preços do GLP não serão alterados.
Repasse ao consumidor
De acordo com Andrade, os postos não tem outra alternativa, a não ser repassar os valores aos consumidor. “O reflexo dos postos é sempre o comportamento do atacado. Só para se ter um exemplo, a margem média de lucro do posto é muito menor no diesel, por exemplo, do que os R$ 0,70 anunciados pela Petrobrás”, comentou.
Ainda segundo o presidente, os postos não podem absorver todo reajuste de R$ 0,70, já que neste caso, a margem de lucro seria negativa para o estabelecimento. “É impossível um posto não repassar um reajuste deste tamanho”, pontua Márcio Andrade.
Em nota, a Petrobras afirma que o mercado global de energia está atualmente em “situação desafiadora”, por conta da recuperação da economia mundial e a guerra na Ucrânia.
ICMS
O Congresso aprovou esta semana o projeto que limita a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia, gás natural, comunicações e transportes coletivos. A medida é uma das tentativas do governo federal para reduzir o preço dos combustíveis em ano eleitoral. Para entrar em vigor, ela agora depende da sanção presidencial.
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