O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) defendeu, em entrevista publicada no jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira (28), a participação dos Estados nas discussões da PEC da Transição, o que permitiria o “furo” do teto de gastos de 2023 também por governos locais. Questionado sobre a relação do Governo de Goiás com o governo federal nos próximos anos, Caiado reforçou que o momento requer “menos tensão entre os mandatários do cenário político”.
“A União pode tudo, pode jogar no ombro do governador a gasolina mais baixa e surfar na onda, pode explodir o teto em R$ 170 bilhões, mas se eu fizer aqui no Estado tomo R$ 2 bilhões de multa”, disse o governdor. Caiado diz que é necessário ter coerência e segurança jurídica para garantir o equilíbrio fiscal, sem medidas unilaterais e que beneficiem somente o governo federal.
Caiado citou as alterações realizadas pelo governo federal nas alíquotas e formas de tributação do ICMS sobre os combustíveis. “Nossa previsão para 2023 é de quase R$ 6 bilhões em perdas, mais do que todo o investimento em saúde”, detalhou ao lembrar que 25% desse valor seria transferido para os municípios, que também estão sendo “duramente afetados”.
Transição de governo
Sobre as perspectivas diante da transição do governo, Caiado defendeu que seu partido, o União Brasil, se mantenha independente. “Tem que guardar posição de independência. É um partido que tem peso, consistência política, não oscila de acordo com o vento”.
Aliada a essa posição, Caiado espera que o diálogo com o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), no âmbito federal, seja pautado na institucionalidade. “Represento o Estado e cumprirei toda a liturgia do cargo de governador. Não discutirei ideologia, vou discutir o que é parcela de Goiás em cada uma das áreas, com conhecimento de causa e com propostas compatíveis”, sublinhou.
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