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domingo, 28, abril 2024
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“Que o caso do meu pai mostre que a Justiça, por mais que às vezes seja árdua e difícil, é possível”, afirma Valério Luiz Filho

Júri popular para julgamento dos acusados de matar o jornalista Valério Luiz está marcado para a próxima segunda-feira (14)

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São nove anos e oito meses desde que o jornalista esportivo Valério Luiz foi morto, com seis tiros, ao sair de seu local de trabalho, a Rádio Jornal 820 AM, atual Rádio Bandeirantes. Nesta segunda-feira (14), o sentimento de impunidade que acompanha familiares, amigos e pessoas que assistiram o trabalho do comunicador pode chegar ao fim: os réus acusados pelo assassinato vão a júri popular no plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

“A expectativa é que na próxima semana a gente possa finalmente mostrar tudo o que aconteceu naquele cinco de julho de 2012, de forma clara para os jurados”, declarou Valério Luiz de Oliveira Filho, em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta sexta-feira (11). O advogado e filho da vítima estará presente no julgamento como assistente de acusação.

Segundo informações do TJ-GO, conforme Decreto Judiciário nº 2.437 de 2021, apenas pessoas que são indispensáveis para a realização do júri terão autorização para entrar no local. Diante disso, nem família dos envolvidos, público ou imprensa poderão adentrar o recinto.

Neto do jornalista esportivo e ex-deputado estadual Mané de Oliveira, que morreu no ano passado devido a uma parada cardiorrespiratória, Valério Filho lamentou que o avô não poderá ver a resolução do caso. “Mas tenho certeza que, de onde eles estiverem, estarão assistindo e saberão que a gente continuou a luta e fizemos tudo o que estivesse ao nosso alcance para que houvesse um resultado pelo menos digno à memória do meu avô e, principalmente, à memória da vítima dessa história toda que é o meu pai”, afirma.

Dez anos depois, o advogado reflete sobre a frustação diante de um cenário de impunidade e violações contra comunicadores no estado e no país. “Acharam que poderiam fazer uma brutalidade daquela e ainda sim ter força e influência suficientes para não serem investigados, processados, punidos e irem pra cadeia. Hoje eu vejo que eles quase estavam certos, porque olha o que foi preciso para que esse julgamento fosse efetivado”, diz.

Valério Filho ressalta, ainda, que o legado do pai sensibilizou a imprensa local de forma que todos os atos do processo foram amplamente noticiados e, com isso, incrementaram a luta por justiça. “Isso também contribuiu que as coisas fossem para frente. Pra que aqueles que se opunham, que tentavam beneficiar [os acusados], e o caso pudesse ter esse caminho”, argumenta.

Apesar da indignação pelo longo processo, que passou por recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) e dois adiamentos da data para o júri popular, o advogado confia na condenação dos acusados na próxima segunda-feira. “Meu papel é acreditar, é esperar que esse caso mostre que a Justiça, por mais que às vezes seja árdua e difícil, ela é possível”, conclui.

Réus

Cinco réus são submetidos a julgamento no caso Valério Luiz. O cabo da Polícia Militar (PM) Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, apontado como o autor dos disparos; o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, apontado como um dos articuladores do crime; Urbano de Carvalho Malta, também apontado como articulador do homicídio; Marcus Vinícius Pereira Xavier, açougueiro, que teria participado do planejamento do crime; e Maurício Borges Sampaio, ligado à direção do Atlético Goianiense na época, apontado como o mandante do crime.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime teria sido motivado por comentários de Valério Luiz em relação ao desligamento de Maurício Sampaio do Atlético. Promotores do caso relatam que Sampaio teria se ofendido e passou a almejar a morte da vítima.

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