O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da 16ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, denunciou dois filhos e o enteado de um idoso, falecido em maio de 2019, por desnutrição. Segundo o MP, Valdomiro Batista da Silva Filho, Mirian Batista da Silva, Mauro Sérgio Gomes, expuseram Valdomiro Batista da Silva ao risco de sua integridade e saúde, submetendo-o a condições desumanas e degradantes.
Entre as ações citadas pela promotoria, os denunciados privaram o idoso de alimentos e cuidados indispensáveis, quando eram responsáveis por fazê-lo,o que acabou resultando na sua morte. De acordo com a promotora de Justiça Simone Disconsi de Sá Campos, a vítima era pai de Valdomiro Batista da Silva Filho e de Mirian Batista da Silva e padrasto de Mauro Sérgio Gomes. O idoso morava em uma residência no Parque Itamaraty, em Aparecida de Goiânia, juntamente com o filho.
Em 2016, durante visita técnica da assistência social, foi constatado que o idoso estava cego e sem alimentação. Além disso, apresentava péssimas condições de higiene, bem como dependia da doações de alimentos e cuidados dos vizinhos. De acordo com a denúncia, o filho de Valdomiro usava o local como ponto de uso de drogas e Mirian Batista ia até a casa do pai uma vez por mês, para levar parte do dinheiro da aposentadoria do idoso e alimentos básicos.
Nova visita
Em maio de 2019, em uma nova visita técnica multidisciplinar, a equipe da assistência social do município constatou que a vítima estava na cama sem roupas, com feridas expostas, exalando forte odor e necessitando de cuidados médicos com urgência. Na casa, havia somente dois amigos de Valdomiro Batista da Silva Filho, os quais não prestavam qualquer auxílio ao idoso.
Diante da gravidade da situação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e levou o idoso para um hospital, onde foi detectado o severo grau de desnutrição e desidratação, além de lesões por pressão em putrefação em diversas partes do corpo. No dia 20 de maio de 2019, o idoso morreu na unidade hospitalar.
Os três foram denunciados por expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis.
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