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quarta-feira, 1, maio 2024
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Morte do escritor goiano, Hugo de Carvalho Ramos, completa 100 anos em 2021

O quadro Band Cultura conversou com o professor e historiador Ademir Luiz da Silva e com o cineasta Lázaro Ribeiro sobre a vida e obras do escritor goiano.

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Nascido na cidade de Goiás e autor do romance Tropas e Boiadas, Hugo de Carvalho Ramos faleceu há 100 anos após cometer suicídio na cidade do Rio de Janeiro, onde morava, aos 25 anos de idade. Suas obras e memórias ficaram conhecidas nacionalmente. O Jornal Bandeirantes desta sexta-feira (29), conversou no quadro Band Cultura, com o escritor e doutor em História, Ademir Luiz da Silva sobre o marco histórico da carreira e obras de Hugo de Carvalho Ramos.

De acordo com Ademir, a escassez de material referente a história do escritor, se dá pelo período em que viveu e pela falta de interesse em relação ao tema. “No caso específico de Hugo, creio que durante sua curta vida não se tinha noção ainda de seu peso cultural ou da importância que viria a ter. Por isso, muita coisa se perdeu. Diluiu-se em caixas familiares mesmo”, diz Ademir, que é presidente da União Brasileira de Escritores, seção Goiás, e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

O professor explica que a bolsa de publicações Hugo de Carvalho Ramos é uma “láurea literária” da Prefeitura de Goiânia, prevista em lei e gerida pela UBE. Foi criada em 1944 pelo prefeito Venerando de Freitas Borges. O primeiro vencedor foi o segundo presidente da UBE, Bernardo Elis, com o livro “Ermos e Gerais”. “O prêmio Hugo de Carvalho Ramos coroa carreiras literárias ou apresenta talentos. Acho importante destacar que é o prêmio literário mais antigo do Brasil em atividade. Creio que isso deveria ser muito mais valorizado”, ressalta ele.

Curta-metragem “Hugo”

O Mestre em Performances Culturais pela Universidade Federal de Goiás (UFG) cineasta e roteirista, Lázaro Ribeiro dirigiu o curta-metragem “Hugo”, um filme de ficção baseado na vida do escritor goiano, Hugo de Carvalho Ramos. O filme perpassa pela infância do escritor, em sua relação de amor incondicional pelo pai e irmão, o que vai de encontro ao amadurecer literário e intelectual do jovem. Aborda sua curta vida na juventude, bem como o seu não lugar no mundo, sua paixão e nostalgia pelo sertão de Goiás.

Lázaro conta que uma das maiores dificuldades para realizar a produção foi a aquisição de recursos. “Além das dificuldades com bibliografias a grande dificuldade de produção do filme foi conseguir recursos, como não estávamos em nenhuma lei de incentivo decidimos fazer independente e unimos força: elenco, produção produtora que entrou com equipamentos”, conta.

O cineasta critica os cortes realizado na cultura neste período de pandemia. “Infelizmente a arte é a primeira a receber cortes em todos os momentos de crise. E nesse momento não foi diferente, os fazedores de cultura estão tendo como qualquer trabalhador de outras áreas, que se reinventar para continuar suas produções e para sobreviver”, sublinha Lázaro Ribeiro.

Biografia

Lázaro Ribeiro narra a história de Hugo no prefácio do livro Tropas e Boiadas, reeditado pela última vez em 2018. O texto conta que Hugo de Carvalho Ramos nasceu na Cidade de Goiás, então capital do Estado, no dia 21 de maio de 1895, ano marcado pela publicação do livro Os Gênios, de seu pai, Manuel Lopes de Carvalho Ramos, juiz e escritor, sendo o segundo de cinco filhos do casamento com Mariana Fenelon de Loyola Ramos.

O escritor cresceu percorrendo o sertão de Goiás à cavalo com seu pai que, como juiz, atendia toda a comarca, sempre anotando dados e fatos, ouvidos ou presenciados nas andanças e encontros com tropeiros nos pousos ou pensões. Todo esse material se transformaria no seu Tropas e Boiadas. Cursou as primeiras letras com a mestra Silvina, que também foi mestra de Cora Coralina. Desde criança foi um grande leitor, assíduo no Gabinete Literário, onde tinha acesso ao cânone da literatura universal.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1912 e em 1915 resolve seguir os passos do pai também no Direito, além de na escrita literária. Em 1917, reúne todos os seus contos e publica pela Revista dos tribunais a primeira edição de Tropas e Boiadas. Entretanto, a boa recepção ao livro não impediu o agravamento de sua depressão, levando-o a cometer suicídio aos 25 anos, em 1921, deixando para a literatura brasileira uma das maiores obras regionalistas.

Ouça a entrevista completa com o professor Ademir Luiz da Silva e com o cineasta Lázaro Ribeiro.


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