A Justiça de Goiás condenou três envolvidos em esquema de manipulação de resultados em jogos de futebol profissional, no âmbito da Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). A sentença, publicada no último domingo (3), é a primeira condenação criminal desde o início das investigações, em 2023.
Foram condenados Romário Hugo dos Santos (conhecido como Romarinho), Thiago Chambó Andrade e Bruno Lopez de Moura, denunciados pelo MPGO após apurações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT).
O juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara Especializada em Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, reconheceu a existência de uma organização criminosa estruturada para financiar, aliciar atletas e pagar propinas com o objetivo de lucrar com apostas em sites especializados.
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Penas e papéis dos condenados
- Romário Hugo dos Santos: condenado a 22 anos e 10 meses de reclusão e 170 dias-multa. Atuava como financiador, responsável por cooptar jogadores e operacionalizar pagamentos.
- Thiago Chambó Andrade: recebeu pena de 5 anos e 9 meses de prisão, em regime semiaberto, além de 50 dias-multa. Foi apontado como principal operador financeiro e um dos líderes intelectuais do grupo.
- Bruno Lopez de Moura: condenado a 19 anos de reclusão e 130 dias-multa, mesmo após acordo de colaboração premiada. A pena foi reduzida pela metade, mas a Justiça entendeu que sua contribuição não foi essencial para o esclarecimento dos fatos.
Além das penas de prisão, os três réus deverão pagar, de forma solidária, R$ 2 milhões por danos morais coletivos. Eles poderão recorrer em liberdade, desde que cumpram medidas cautelares, como proibição de contato com demais investigados e restrições para deixar o País.
As provas reunidas incluem interceptações telefônicas, quebra de sigilos bancários e telemáticos, mensagens extraídas de celulares e relatórios financeiros, que comprovaram a atuação do grupo em diversas partidas manipuladas entre 2022 e 2023.
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Novas denúncias envolvem 23 pessoas e 12 partidas
A quarta fase da Operação Penalidade Máxima já resultou na apresentação de cinco novas denúncias, envolvendo 23 investigados. As acusações abrangem crimes como:
- Organização criminosa: 5 denunciados;
- Corrupção ativa no esporte: 16 denunciados;
- Corrupção passiva no esporte: 5 denunciados;
- Lavagem de capitais: 2 denunciados.
As denúncias têm como base 12 partidas de futebol manipuladas, sendo 11 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022 e um jogo do Campeonato Gaúcho de 2023. O MPGO também pede a condenação ao pagamento de indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3.799.918,28.
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Jogos citados nas denúncias:
Brasileirão Série A – 2022
- 26ª rodada: Avaí x Athletico-PR (11/09)
- 32ª rodada: Avaí x Fluminense (16/10) e Cuiabá x Ceará (16/10)
- 34ª rodada: Cuiabá x Avaí (27/10)
- 36ª rodada: Santos x Avaí, Bragantino x América-MG, Goiás x Juventude, Palmeiras x Cuiabá (05 e 06/11)
- 37ª rodada: Fluminense x Goiás, Botafogo x Santos, Atlético-MG x Cuiabá (09 e 10/11)
Campeonato Gaúcho – 2023
- Esportivo x Novo Hamburgo (11/02)