Por: Juliano Moreira
Assim como acontece desde o ano de 2018, o clássico entre Atlético Goianiense e Goiás, que será disputado na manhã deste domingo (15), terá apenas torcedores do Dragão, mandante do confronto, nas arquibancadas do Estádio Antônio Accioly. A medida, que foi recomendada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) há quase cinco anos atrás, segue em vigor até os dias de hoje.
O tema é sempre um dos “protagonistas” nas discussões que têm o futebol como assunto principal. Tanto que, no programa Nossa Área, desta sexta-feira (13), o comentarista Cláudio Rabello, o Cacau, afirmou que, devido ao comportamento exemplar dos torcedores dos três principais clubes de Goiânia, está na hora de começar a discutir o retorno de duas torcidas aos clássicos da Capital.
“Nós precisamos começar a discutir essa questão de torcida única. Tem muita gente que se acomoda nisso. É uma acomodação, uma falta de arrumar alternativas para que o torcedor possa adentrar o estádio com o seu colega, seu irmão, seu parente, sua mulher, que podem torcer para um time diferente. De repente, você tem na mesma família, um pai e um filho ou um esposo e esposa que são opostos. Aí, está lá um torcendo para o Vila Nova e o outro torcendo para o Goiás. E eles não podem ir juntos (para o estádio) porque é torcida única. Então, nós temos que pensar numa alternativa, ver com o Ministério Público (MP-GO), com a Polícia Militar, com as nossas autoridades. Hoje, nós vemos um comportamento, dentro dos estádios, que é extraordinário, espetacular”, disse Cacau no Nossa Área.
Diante disso, a reportagem da Rádio Bandeirantes procurou o major Wildey Bezerra, que está à frente do Bepe (Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos). De acordo com ele, o modelo de torcida única é prática adotada em outros estados brasileiros. E, por entender que é algo que tem trazido tranquilidade e paz aos estádios, ele afirma que a medida é a mais aceitável para manter o controle dentro das praças esportivas.
“Esse modelo foi adotado não só aqui em Goiás. E nós entendemos que esse modelo tem trazido um pouco mais de tranquilidade e paz para o futebol, principalmente para a segurança pública e para os frequentadores das praças esportivas. Através de dados estatísticos, nós entendemos que o modelo de torcida única ainda é, dado a imaturidade desse público que frequenta as torcidas organizadas, um modelo mais aceitável, para que a gente consiga manter o controle e tentar, no mínimo, manter a paz nos estádios de futebol, para que as pessoas de bem, de família possam frequentar esses lugares sem serem surpreendidas com brigas generalizadas”, analisou o major Wildey Bezerra.
Desta maneira, o major confirma que o termo de ajustamento de conduta, que instaurou o modelo de torcida única nos clássicos da cidade de Goiânia e que foi acordado entre os clubes, entre a Polícia Militar, entre o Ministério Público, entre a Federação Goiana de Futebol (FGF) e entre as torcidas organizadas, seguirá valendo em 2023.
“O que está valendo é o termo de ajustamento de conduta, firmado entre os clubes, a Polícia Militar, o Ministério Público, a Federação Goiana de Futebol (FGF) e as torcidas organizadas. É isso que está valendo. Para os clássicos Goiás e Vila Nova, Goiás e Atlético Goianiense, e Vila Nova e Atlético Goianiense, ainda permanece, fruto do termo de ajustamento de conduta, o modelo de torcida única”, completou o major.
Apesar da medida de torcida única estar em vigor desde 2018, os órgãos de segurança pública do Estado de Goiás registraram, em 2022, sete ocorrências por lesão corporal decorrente de brigas entre torcedores dos clubes da Capital. A mais recente aconteceu no início do mês de dezembro, em Trindade, quando um torcedor do Vila Nova foi espancado por torcedores do Goiás com uma série de chutes e cadeiradas.