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sexta-feira, 26, abril 2024
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Clubes apostam na Libra, liga brasileira recém-formada, para revolucionar experiência do público com o futebol brasileiro

Especialistas avaliam como a liga de clubes deve ajudar a inserir o futebol brasileiro nas primeiras prateleiras dos eventos esportivos mundiais, que fazem forte concorrência na conquista do público consumidor no Brasil

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A democratização das transmissões esportivas e o desenvolvimento em progressão geométrica dos canais de transmissões digitais, os chamados streamings, trouxeram para o futebol brasileiro a forte concorrência de grandes eventos, ligas e outras modalidades esportivas internacionais. Champions League, Premier League (inglês), La Liga (espanhol), Bundesliga (alemão), Serie A (italiano), NBA (basquete americano), NFL (futebol americano) e vários campeonatos de eSports são hoje os principais exemplos do que estão em cartaz diariamente para o consumidor brasileiro.

O alto nível apresentado por estas novas atrações, não só no aspecto esportivo, como também no “showbiz”, tornam estes produtos cada vez mais atrativos no Brasil, principalmente para o público jovem. Será que o futebol brasileiro poderá lidar com essa forte concorrência a curto e médio prazo? Para isso, um grande aliado pode estar por vir: a Libra, liga brasileira de clubes que já ganhou seu pontapé inicial nesta última terça (03), com 8 equipes assinando a sua constituição.

Em reunião que aconteceu em São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Ponte Preta e Flamengo já assinaram o documento com a empresa Codajas Sport Kapital e o banco BTG para criação da liga, que apresentaram em sua proposta uma previsão de um aporte inicial de investimentos na liga com valores girando entre R$ 3,5 bilhões de reais. Além de captar investimentos e representar os clubes brasileiros comercialmente, Libra (Liga do Futebol Brasileiro) seria a responsável por organizar os próximos campeonatos brasileiros.

Vários outros clubes estiveram representados no evento, mas ainda não realizaram a assinatura. Apesar de algumas manifestações contrárias, as equipes estão confiantes que em reunião na próxima semana, no dia 12, demais clubes de Série A e B irão aderir ao documento e endossar a união dos clubes em torno da Libra.

Para Bruno Maia, CEO da Feel The Match e executivo de inovação no esporte, a liga pode sim ser uma importante aliada dos clubes no processo de enfrentamento dessa concorrência, ao passo que os gestores de clubes entendam que também terão responsabilidades para oferecer uma experiência completa e de alto nível: “Os gestores certamente estarão sensíveis para os conceitos de marca do campeonato e seus ativos básicos de identidade visual. Isso vai desde a criação de elementos gráficos até a ocupação dos estádios e a fotografia das transmissões, para que o produto tenha uma cara definida e fácil de ser identificado. São coisas fundamentais para a experiência televisiva, que é um ponto importante na conquista e fidelização do público e até em uma futura internacionalização deste produto”, avalia.

Porém, Bruno ressalta que será de fundamental importância uma reorganização estrutural, com estádios e locais de competições se preparando melhor para receber os eventos. “Será necessária uma grande atenção com a infraestrutura de transmissões das arenas e estádios, para que se possa gerar mais conteúdos e ativações dos jogos em tempo real. Hoje, no Brasil, a maior parte dos locais de jogos não têm capacidade suficiente para conectar os torcedores em tempo real a quem está fora. Isso é um vetor muito importante no entretenimento ao vivo”.

Apesar de ainda se mostrar reticente quanto à assinatura da constituição da Libra, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, acredita que uma liga bem fundamentada terá totais condições de atrair mais público. “O debate em relação a Libra tem que ser ampliado, abranger mais equipes. Precisamos de um conjunto de ideias que incluam todos, para que a liga seja algo inclusivo e não impositivo. Apesar disso, entendo que uma liga formada já torna o ambiente mais propício para garantir a qualidade técnica do jogo. Com investimento e maior estrutura, você consegue segurar os talentos e atrair jogadores importantes que hoje estão no exterior, e qualidade em campo significará maior poder de atração de público e investimento”, aponta o executivo.

O CEO do Botafogo, Jorge Braga, revela que o alvinegro teve boa impressões da reunião com os 8 clubes que já assinaram a constituição da Libra e que o estudo seguirá internamente para alinhar as ações do Botafogo junto ao investidor majoritário, John Textor. Entendemos que o próximo passo é reunir os 40 principais clubes do futebol brasileiro na sede da CBF, no dia 12, para uma posição em consenso. Até lá, todos terão tempo para avaliar os termos que estão na mesa. Temos pressa, mas não podemos errar. O futebol brasileiro precisa dar passos sólidos nesse importante momento de revolução que a Liga representa”.

Sobre a importância da Liga para recolocar o futebol brasileiro no topo da audiência e da preferência popular, Braga vai de encontra à analise feita por Marcelo Paz: “A liga vai ter que se reinventar. Em qualidade de jogo, de transmissão, layouts de estádios, tudo. É necessário criar uma outra experiência, um tipo novo de interação com o torcedor e o público. Cada jogo tem que ser um show de entretenimento para quem está no estádio e para quem está em casa. Sei que tudo isso é muito caro, o torcedor lá fora sabe o custo e está na sua cultura, é um produto pago. Aqui no Brasil será necessário educar o público nesse sentido”, analisa.

Júlio César Heerdt, presidente do Avaí, é outro cartola que aposta na Libra para o desenvolvimento de vários aspectos do futebol brasileiro: “O Avaí ficou muito satisfeito em participar deste encontro. Na próxima semana estaremos no Rio de Janeiro, ao lado de outros clubes, para começar a discutir os detalhes da forma e da constituição da nova Liga; quem serão os administradores, como serão divididas as cotas e os recursos, quais os produtos, ou seja, o objetivo é fortalecer o futebol brasileiro e a competição como um todo. O Campeonato Brasileiro precisa ser protagonista no mundo”, conclui Heerdt.

No Internacional, o presidente Alessandro Barcellos também avalia que a reunião foi um grande passe rumo ao fortalecimento dos clubes como um todo. “Acredito que saímos deste encontro todos mais fortalecidos. Não foi uma imposição de regras, mas um conjunto de princípios que vai nos fazer refletir ainda mais, e assim chegar na reunião do dia 12 com fatos mais concretos. Ninguém deseja uma liga com seis ou oito clubes. Sabemos do interesse e da realidade de cada uma das instituições e de onde podemos chegar, para que o entendimento seja benéfico para todos”.

As discussões em torno da consolidação da Libra serão retomadas entre os clubes em reunião com mais representantes de Série A e B na próxima semana, mais precisamente na quinta-feira (12), na sede da CBF, Rio de Janeiro, onde mais detalhes serão apresentados afim de garantir a assinatura em massa dos clubes que atuam nas principais divisões do Brasil.

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