Contrário ao projeto de lei que visa reestruturar o transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (RMG), o deputado estadual Alysson Lima disse que é contra a proposta porque entende que os valores dos cofres públicos deveriam ser investidos no sistema e não nas empresas de ônibus.
Ainda segundo o parlamentar, quase R$ 200 milhões, de verba do estado e das prefeituras de Goiânia, Senador Canedo e Aparecida de Goiânia, serão destinados aos cofres das empresas, o que seria um equívoco, destaca Alysson em entrevista à Bandeirantes, nesta terça-feira (21).
“Esse projeto não pasa de um Cavalo de Troia, aparentemente é uma coisa e por dentro é outra coisa, completamente outra coisa. O governo está fazendo um marketing, o porta-voz do governo está dizendo que vai reformular em parceria com a prefeitura, mas pelo que eu estudei do projeto, eu até tentei aperfeiçoar o texto, mas fui voto vencido. Se levar em consideração um aporte financeiro do governo do estado e das prefeituras de Goiânia, Aparecida e Senador Canedo, o valor chega a quase R$ 200 milhões”, aponta o deputado.
Nesta terça-feira (21), o pl será votado pela segunda vez na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), à tarde, com possibilidade de ser aprovado devido ao clima favorável entre os parlamentares, explica Alysson Lima.
Ainda de acordo com o deputado, ele buscou adicionar ao pl que o controle de arrecadação, a “bilhetagem”, fosse para o controle do poder do estado e prefeitura, no entanto ele não conseguiu. Assim, os órgãos públicos não têm acesso às essas informações.
“Eu tentei colocar o retorno da bilhetagem para o poder público. Para as pessoas entenderem, a bilhetagem é o controle de área, é o que entra em cada linha, é quanto cada ônibus arrecada. Esse controle tanto a prefeitura, tanto o governo não têm”, explica Alysson.
Outro ponto que o parlamentar critica é a mudança de gestão da empresa Metrobrus, passando agora para a prefeitura, para a Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC), e — segundo Alysson — com a iminência de privatização já em 2022 ou 2023.
“Eu até defendo uma privatização, porém da forma que está sendo traçado eu não concordo. A Metrobrus será passada para a prefeitura, para a CMTC, e a CMTC deve privatizar no ano que vem ou em 2023 vai privatizar a Metrobrus. O problema é que já está indicando que será uma licitação de cartas marcadas, uma concorrência de cartas marcadas. A RedMob já demonstrou interesse, já está feito o jogo político por debaixo do tapete, e a RedeMob deve ser quem assuma a CMTC em 2022 ou 2023”, pontuou o deputado.
O deputado Alysson Lima é o único representante da Assembleia Legislativa Na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC); porém com a reestruturação a cadeira deixa de existir.
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