Na última sexta-feira (16), a Prefeitura de Goiânia publicou uma série de protocolos que devem ser seguidos por feirantes da capital que estão autorizados a retomar as atividades a partir desta terça-feira (21). Porém, alguns pontos da cartilha não agradaram membros do setor, como o revezamento semanal da feira hippie.
Em entrevista ao Jornal Bandeirantes, Waldivino da Silva, presidente da Associação de Feirantes da Feira Hippie demonstrou insatisfação com a implantação dos protocolos. Uma das principais reclamações é sobre o revezamento semanal da feira hippie, que propõe o funcionamento de bancas ímpares uma semana, e na outra, bancas com numeração par.
De acordo com Waldivino, “tem coisas que são quase impossíveis. A Feira Hippie não pode ter um protocolo como uma feira de setor que recebe 300 pessoas. Nossa feira equivale a 20, 30 feiras a nível de Goiânia”, exclamou. Ainda segundo ele, não é possível fazer esse tipo de controle nesse momento.
A reportagem da Bandeirantes procurou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec) que por meio de nota respondeu as queixa do setor; confira na íntegra:
A Sedetec informa que os protocolos foram feitos em diálogo com os representantes das feiras da capital e o distanciamento é necessário para evitar o contágio dos trabalhadores e clientes, salienta ainda, que as bancas devem manter o rodízio de 50%, conforme as regras e a Sedetec continua em diálogo para ajustes necessários.
Protocolos de funcionamento para feiras
Revezamento
Segundo estabeleceu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec), o revezamento da Feira Hippie deve ser feito entre bancas ímpares e pares, a iniciar pelas bancas de números ímpares.
De acordo com o protocolo, nesta primeira semana de funcionamento, devem abrir as bancas de número 1, 3, 5, 7 e assim por diante, conforme o número total de bancas da feira. Já na semana seguinte, devem executar os trabalhos as bancas de número par, que são 2, 4, 6, 8 e assim sucessivamente.
É obrigatório para todas as feiras:
- Uso de máscara facial;
- Manter distância mínima de 1 metro entre trabalhadores e clientes;
- Disponibilizar álcool em gel 70% para trabalhadores e clientes;
- Limpar frequentemente as superfícies e desinfectar com álcool 70%;
- Desinfectar com álcool 70% os objetivos que forem compartilhados;
- Disponibilizar lixeiras e, preferencialmente, com tampa e pedal;
- Realizar pagamentos, de preferência, por cartão e aplicativos;
Em caso de troco em dinheiro, recomenda-se devolver em um saco plástico para que não haja contato direto.
Obrigatório para as bancas de alimentação:
- Manter distância de no mínimo 2 metros entre mesas;
- Não permitir o consumo de alimentos em pé, máximo de 4 pessoas por mesa;
- Não disponibilizar cardápios, devendo o pedido ser feito direto no balcão;
- Disponibilizar talheres descartáveis, além de temperos e condimentos em sachês;
- Higienizar mesas e cadeiras com álcool 70% após o uso de cada cliente;
- Uso de máscaras faciais na manipulação de alimentos e durante todo tempo de trabalho.
Obrigatório para as feiras livres:
- Observar as boas práticas de operação dadas pela SEAP (Secretaria do Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento);
- Manter distância de 2 metros entre bancas vizinhas (lateral).
Obrigatório para as feiras livres:
Distância mínima de 2 metros entre bancas vizinhas (lateral) e distância mínima de 3 metros nos corredores para livre circulação.
Multa
Em caso de descumprimento das orientações, o feirante poderá receber advertência, suspensão das autorizações, apreensão de mercadoria ou banca e até cancelamento da autorização. A multa inicial é de R$ 4.705,30, podendo ser alterada conforme fatores agravantes.
Se houver descumprimento generalizado e reiterado pelos feirantes, poderá ser realizada a suspensão ou interdição de toda a feira por tempo indeterminado.
De acordo com o Decreto Municipal nº 1.313, as Feiras Especiais cadastradas junto à Sedetec poderão retornar suas atividades a partir do dia 21 de julho de 2020, próxima terça-feira. Para que seja possível o retorno, é imprescindível que os feirantes sigam o Protocolo Geral para todas as atividades econômicas em funcionamento definido pelo Anexo Único do Decreto Estadual nº 9.653 de 19 de abril de 2020.
Confira a entrevista completa com Waldivino da Silva, presidente da Associação de Feirantes da Feira Hippie:
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