Em entrevista ao Jornal Bandeirantes nesta terça-feira (5), o vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota, defendeu a continuidade do isolamento e afirmou que “a única forma de sobreviver” e não colapsar todo o sistema de saúde “é seguir as medidas que já foram postas” em relação ao distanciamento social”. Ele também comentou sobre o orçamento emergencial aprovado aos Estados e municípios, as medidas tomadas para conter a crise sócio econômicas e também sobre um possível adiamento das eleições neste ano.
Para Tejota, Goiás e o Brasil ainda não caminham para o fim da a crise contra o coronavírus. “Isso não vai passar do dia para à noite. Ainda temos uma caminhada pela frente em que vai exigir de nós ainda disciplina. Vamos conseguir passar a partir da nossa capacidade de obedecer e entender o momento de crise”, destacou. Para ele, o momento atual é de dedicação as medidas de proteção.
Ele lembrou que o isolamento social foi observado e utilizado em todo mundo como forma dos países e estados administrarem a situação da saúde pois não há capacidade de absorver tantos casos de uma só vez. “Não há nenhuma estrutura no mundo que absorva a quantidade de pacientes que surgem se não houver isolamento social”. E completou: “A única forma de sobreviver é seguir as medidas que já foram postas e que já foram utilizadas em outros países que tem dado certo”.
Segundo o vice-governador, as medidas adotadas pelo governo estadual atualmente seguem um trabalho de medição já que há um prazo entre o que é determinado pelo Estado e o resultado. Ou seja, medidas de flexibilização ou não do isolamento poderão ser sentidas em até 14 dias após a determinação já que esse é o tempo hábil de manifestação do vírus nos corpos humanos.
Ele alerta que novas medidas de restrições podem ser retomadas caso o número de casos e internações tenha aumento considerável no Estado: “As medidas de restrição e isolamento só vão ser retomadas se as taxas de ocupação nos hospitais subirem muito. O que a gente não pode admitir hoje é chegar ao ponto de que haja a falência do sistema de saúde”. Tejota reiterou que o objetivo do governo é continuar com um número baixo de contaminação e que isso só possível até agora por conta da obediência ao isolamento e medidas adotas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Precisamos hoje da colaboração de todos para que o enfrentamento ao coronavírus possa ser efetivo, decisivo e que no fim das contas o governo retome a economia e que possamos seguir a vida de maneira normal”, enfatizou.
Auxílio
Linconl Tejota informou que Goiás deve receber R$ 2,185 bilhões em recursos do projeto de ajuda fiscal aos Estados aprovado ontem (4) pela Câmara dos Deputados. Além disso, há mais R$ 2,5 bilhões em relação a suspensão do pagamento de dívidas.
De acordo com ele, parte do recurso será obrigatoriamente usado em investimentos da saúde e assistência social. O vice-governador lembrou que o governador Ronaldo Caiado (DEM) já tem focado no enxugamento da máquina e outros projetos para ajudar na crise sócio econômica dos goianos.
“Nós nunca passamos por isso, é um momento inédito (…) Temos que fazer o que é baseado na ciência, nas orientações da OMS, dar condições das pessoas terem acesso a saúde e diminuir o impacto sócio econômico na vida das pessoas”, afirmou.
Em relação as críticas e reclamações de prefeitos sobre o que consideram pouco repasse do socorro aprovado pelo projeto, Tejota disse que “nesse momento de enfrentamento há um peso maior na estrutura do Estado”. Segundo ele, o foco é em investimentos e auxílios na área de saúde, segurança e educação tanto contra o vírus como contra o impacto econômico na vida da população.
Eleições
Em relação a um possível adiamento das eleições municipais de 2020, por conta da pandemia, o vice-governador, que também é presidente estadual do Cidadania, declarou que é preciso esperar para analisar o cenário do Brasil nos próximos meses e se haverá “clima” para uma disputa eleitoral.
“Vai depender de qual cenário o Brasil estará em junho. Qual o cenário que o Brasil estará em outubro. Nós não estamos falando de festas que cancelam, estamos falando do futuro de 246 municípios do nosso Estado. Nunca foi tão importante discutir isso com clareza e sobriedade”, enfatizou.
Ele disse que ser favorável “a medir o momento” e se não houver condições o pleito deve ser adiado. “É um momento inédito, não tem manual, mas temos buscar medidas que busquem salvar mais vidas e traga mais resultados positivos à população”, finalizou.
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