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sexta-feira, 21, novembro 2025

EUA retiram sobretaxas de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros após ordem executiva de Donald Trump 

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A ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quinta-feira (20), determinou a remoção das sobretaxas de 40% aplicadas a “determinados produtos agrícolas” importados do Brasil. A medida vale desde 13 de novembro e alcança itens como café, carne bovina, frutas e petróleo — alguns dos principais produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano. 

A decisão acompanha o decreto global divulgado em 14 de novembro, que eliminou tarifas adicionais de 10% para diversos países, também com vigência retroativa ao dia 13. O governo vai reembolsar os exportadores que pagaram a taxa após essa data. O país também vai zerar as sobretaxas de 50% aplicadas no chamado tarifaço.

Reversão de decreto de julho 

A medida revoga o decreto de 30 de julho, no qual Trump alegava “emergência nacional” diante de ações do governo brasileiro consideradas “incomuns” e “extraordinárias” e que, segundo o republicano, prejudicariam empresas americanas e a política externa dos EUA. A justificativa foi usada anteriormente para sustentar a cobrança das tarifas adicionais. 

Em comunicado da Casa Branca, Trump mencionou conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de outubro, na qual teriam concordado em negociar o tema. O republicano afirmou que decidiu retirar as taxas por causa do avanço das negociações, das recomendações internas e da demanda do mercado americano.

Reações dos setores brasileiros 

A decisão foi recebida com alívio por entidades exportadoras. 

O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, classificou a isenção como “um presente de Natal antecipado” e disse que o café brasileiro já vinha perdendo espaço para concorrentes como Colômbia e Vietnã. “Agora é correr para reconquistar espaços nos blends e reduzir os impactos econômicos”, afirmou. 

A Abiec avaliou que a reversão “reforça a estabilidade do comércio internacional” e mantém equilíbrio entre os países, especialmente no mercado de carne bovina. A entidade disse seguir trabalhando para ampliar oportunidades. 

A CNI considerou a decisão “um avanço concreto” na agenda bilateral. “Condiz com o papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos”, disse o presidente da confederação, Ricardo Alban. 

Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, o episódio demonstra a importância da diplomacia. “As negociações são o meio mais eficaz para reequilibrar o ambiente de negócios”, afirmou, destacando a relevância do mercado americano para a indústria de Minas Gerais. 

A Amcham Brasil afirmou, em nota, que a retirada das tarifas tem “efeito imediato” e representa um avanço rumo à normalização das relações comerciais. 

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U.S. President Donald Trump and Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva talk as they meet on the sidelines of the 47th Association of Southeast Asian Nations (ASEAN) summit in Kuala Lumpur, Malaysia, October 26, 2025. REUTERS/Evelyn Hockstein
Reuters/Evelyn Hockstein

Posicionamento do governo brasileiro 

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse à CNN Brasil que o diálogo direto entre os presidentes foi decisivo para encerrar o impasse. “As duas maiores nações das Américas não podiam ficar tocadas por fofocas e intrigas. Quando os dois líderes dialogaram, as coisas voltaram à normalidade”, afirmou. 

Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Luis Rua, a decisão é “excelente para o Brasil”. Segundo ele, o país recupera acesso ao mercado americano em cadeias como café, carne bovina, frutas, água de coco, castanhas e madeiras. 

Setor de pescados fica de fora e demonstra frustração 

Apesar da repercussão positiva entre os setores beneficiados, a indústria de pescados não foi incluída na lista de isenções. O presidente da Abipesca, Eduardo Lobo, disse que recebe a notícia “com sentimento amargo” e criticou a falta de avanços específicos para o segmento, que exporta cerca de US$ 300 milhões ao ano para os EUA. 

“Estamos felizes pelos setores que avançaram, mas frustrados por não vermos evolução e priorização do pescado pelo governo brasileiro”, declarou.

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