Não é segredo para ninguém a crise que se instalou entre jogadores, comissão técnica e dirigentes da CBF após declarações de que Tite e alguns atletas da Seleção Brasileira eram contra a realização da Copa América no Brasil e, por isso, colocaram em dúvida a participação ou não no torneio.
No domingo (06), o presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi afastado do cargo pelo Comitê de Ética da entidade após denúncia contra ele vindas de uma funcionária da entidade e boatos de que Rogério preparava a demissão de Tite para contratar Renato Gaúcho par ao comando técnico da Seleção. Já na segunda, os jogadores voltaram atrás e garantiram que vão participar da Copa América.
Em meio a tudo isso, o Brasil encara nessa próxima terça-feira (08), o Paraguai, pela continuidade das Eliminatórias da Copa do Mundo. O técnico Tite preferiu se desviar de todas essas polêmicas e negou que tenha sido ameaçado de demissão por Rogério Caboclo, antes de seu afastamento:
“Todos nós temos as devidas opiniões e entendemos todo esse momento que se passa (crise na CBF e pandemia da Covid-19), mas quero estar de corpo e alma fazendo o melhor, assim é o pensamento da comissão técnica e tenho certeza que dos jogadores também. A ordem é jogar bola contra o Paraguai, é com isso que estamos na cabeça. Estou em paz, em muita paz”.
Além disso, o treinador garantiu que esses assuntos não são prioridade para a comissão e os jogadores, apesar de estarem estampados em todas as manchetes esportivas do país:
“Para vocês o que pode ser prioritário (crise na CBF e opiniões controversas da Copa América), para nós não. Temos que pensar na Copa do Mundo, hoje estamos disputando uma Copa do Mundo, as Eliminatórias são parte da Copa do Mundo. No nosso tempo, o trabalho em campo é o prioritário, jogar bem, vencer, é isso que pensamos”.
Nesse sentido, ele elogia a postura dos jogadores diante do Equador e pede que contra o Paraguai novamente assim mantido o foco: “A equipe teve uma capacidade emocional muito grande, um foco surreal. Eles têm todo o meu respeito e minha admiração em relação a isso, deixar tudo o que externo para fora e focar no jogo. Vamos precisar novamente dessa mentalidade para encarar o Paraguai”.
Futebol e política
Finalizando sua entrevista, o treinador se esquivou em falar sobre o Governo Federal do Brasil. Muito se disse que a atitude do treinador e dos jogadores em deixar claro a posição contrária à Copa América contrariou o presidente Jair Bolsonaro e, inclusive, esse seria um dos motivos que teriam feito Caboclo preparar uma possível demissão do técnico.
Tite foi enfático ao ser perguntado sobre alinhamento entre CBF, técnico da Seleção Brasileira e Governo Federal: “Técnico de futebol tem que estar alinhado com o futebol”, declarou.
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